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missões, como disse o sr. secretario Rebello de Carvalho, mas qualquer dos srs. deputados quizesse mandar para a mesa uma nota dos livros, e mais documentos, que julgar mais convenientes, para se enriquecer a nossa livraria.

O sr. Secretario (Rebello da Carvalho): — Agora seguia-se lêr uma proposta do sr. Corrêa Caldeira; mas como não está presente este sr. deputado, ficará para outra occasião.

Vou lêr um projecto de lei apresentado hontem pelo sr. Tavares de Macedo.

(Leu um projecto de lei do sr. Tavares de Macedo, e assignado tambem pelo sr. Arrobas, para ser creada o logar de fisico-mór da provincia de Cabo Verde).

Sendo admittido, foi enviado á commissão do ultramar.

O sr. Presidente — Eu não promovi uma votação da camara sobre a proposta que veiu para a mesa, relativamente á bibliotheca, porque me pareceu que não seria necessario. (Apoiados)

O sr. Rivara: — Sr. presidente, a commissão de agricultura ve-se embaraçada para trabalhar; foram-lhe distribuidos alguns trabalhos, mas a maioria de seus membros está ausente, e, segundo me consta, a sua ausencia é prolongada; por isso em nome dos membros presentes, eu pedia a v. ex.ª que propozesse á camara se convinha que fizessem parte da commissão de agricultura os srs. Affonso Botelho, e. Cezar de Vasconcellos. A camara resolveu nesta conformidade.

O sr. Vellez Caldeira — Sr. presidente, fóra desta casa todos fazem justiça ao elevado caracter e ás distinctas virtudes e honradez do nobre conde de Lavradio... (Uma voz: — Tambem nesta casa) dentro desta casa tambem estou persuadido que a maioria da camara lhe faz igual justiça. (Apoiados geraes) Lisonjeia-me muito ouvir estes apoiados; entretanto como um illustre deputado daquelle lado da camara (o direito) levantou duvidas sobre tão illustre caracter, sobre a sua exactidão e limpe/a de mãos nas differentes commissões de que tem estado encarregado, eu intendi que não devia ficar silencioso, e que era do meu dever pugnar pela honra e probidade do sr. conde de Lavradio, e honro-me muito, de tomar a iniciativa neste caso. (Apoiados) Sei que o governo mandou já a esta casa os, documentos relativos ás contas das differentes commissões do sr. conde de Lavradio, e era para isso que eu pedia a v. ex.ª que me désse com preferencia a palavra, quando algum dos srs. ministros estivesse presente; mas como isto não se tem verificado, não quero deixar de pedir que esses documentos, que me consta que já vieram, sejam remettidos á commissão de fazenda, para que a mesma commissão haja de dar com urgencia o seu parecer sobre a exactidão das contas do sr. conde de Lavradio, e nesse sentido vou mandar um requerimento para a mesa. É o seguinte, e desde já requeiro a sua urgencia:

Requerimento: — Requeiro que todos os documentos relativos ao ajuste de contas das missões diplomaticas, de que o conde de Lavradio foi incumbido ale ao anno de 1851, sejam remettidos á commissão de fazenda, com urgencia, para que esta commissão, depois de Os examinar, haja de dar sobre elles o seu parecer. = Vellez Caldeira — Visconde de Monção — Pinto de Almeida.

Foi declarado urgente, e entrou em discussão.

O sr. Maia (Francisco): — Eu peço licença para assignar tambem este requerimento; o declaro que tenho estado á espera de vêr se o sr. deputado que levantou as suspeitas contra o sr. conde de Lavradio, logo que viu que ellas eram infundadas, á vista dos documentos que o governo apresentou, era o primeiro que vinha á camara, ou confessar a inexactidão das suas asserções, ou dar seguimento a este negocio. Como porém não seguiu nenhum destes caminhos, não posso deixar de approvar o requerimento; devendo accrescentar que o sr. conde de Lavradio, desde 1826, que entrou na vida publica, como ministro dos negocios estrangeiros, e sendo então ainda muito moço, tem sempre tido uma carreira honrada e digna; (Muitos, apoiados) e desde então até hoje nunca deslisou da estrada que tem seguido na carreira da monarchia constitucional, e da liberdade. (Muitos apoiados)

O sr. Avila: — Sr. presidente, eu approvo o requerimento que se acaba de lêr; mas lendo-se dicto que se linha posto em duvida a probidade e limpeza dei mãos do sr. conde de Lavradio, devo declarar, que não, ouvi ao sr. Cunha Sotto-Maior que não está presente, e a quem me parece que se referiram os illustres deputados, cousa alguma, por onde se podesse inferir, que o sr. Cunha fizera injuria áquelle cavalheiro.

Os. factos passaram-se da maneira seguinte: o sr. Corrêa, Caldeira tinha pedido a conta dos alcances em que se achavam os membros do corpo diplomatico, e o seu fim longe de dirigir-se ao sr. conde de Lavradio, era, pelo contrario, o destruir as calumnias infames, que se haviam escripto e impresso a respeito de um cavalheiro, que se acha hoje arredado dos negocios publicos, e a cujo caracter não ha injuria nenhuma que se não tenha feito. O sr. Cunha sabendo, que essa conta linha chegado, foi vê-la á secretaria, e achando que o sr. conde de Lavradio se achava naquella lista, intendeu que o sr. visconde de Almeida Garrett fóra menos exacto no que asseverára nesta camara, que as contas com o nobre conde estavam justas, cedendo elle a favor do thesouro de uma grande somma, a que linha direito; de modo que, no que ai sr. Cunha disse, só poderia achar-se offendido o sr. visconde de Almeida Garrett, e não o sr. conde de Lavradio.

Tambem estou convencido, de que todos os louvores, que os illustres deputados deram ao nobre conde, são merecidos; e faço-lhe esta justiça com tanto maior prazer, quanto que s. ex.ª não foi sempre justo a meu respeito, e a respeito da administração de que fiz parte.

O sr. Vellez Caldeira; — Uma vez que se concorda em que os documentos vão á commissão de fazenda, para sobre elles ciar o seu parecer, só me resta dizer que o fim porque me apressei a apresentar, o meu requerimento, é porque, estando a sessão proxima a encerrar-se, não queria que este negocio ficasse sem solução, com prejuizo da honra, caracter e probidade do illustre conde de Lavradio, cujos serviços todos reconhecem. (Apoiados)

O sr. Maia (Francisco);, — Esle negocio começou a ser tractado no anno passado, dizendo-se que o sr. conde de Lavradio recebêra sommas não auctorisadas por lei. O sr. ministro dos negocios estrangeiros de então deu explicações, que deveriam ler satisfeito; mas não aconteceu assim; e as mes-