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4 Diário da Câmara dos Deputados

gração exclusiva desta, sessão a demonstrações especiais que melhor assinalassem o significado dêsse voto.

Em tais demonstrações cabia o primeiro lugar aos queridos soldados portugueses que, depois de se terem batido com valentia pela sua gente e pela sua terra, caíram mortos nos campos da batalha da África e da Europa. A êles é devida a nossa profunda saudade, reconhecimento e respeito. Ficam, bem, na sua auréola de glória, dentro da história de Portugal, história que é uma maravilha de génio da civilização humana. Bemdita seja, pois, sempre a memória dos nossos heróicos soldados que a morte ceifou!

Ocorre tambêm uma saudação muito especial aos denodados combatentes que sobreviveram à guerra, ao glorioso exército português de terra e mar.

Soube sacrificar-se, mais uma vez, pela nossa Pátria, honrando-a por toda a parte onde foi necessário batalhar, onde se tornou preciso derramar sangue. (Apoiados).

Glória, pois, aos valentes de Portugal! (Apoiados).

De mesmo modo está, por certo, no coração da Câmara uma saudação aos povos aliados, nossos amigos, aos seus esforçados exércitos e aos seus Govêrnos. (Apoiados).

Para êles, mais uma vez, a afirmação da nossa simpatia, do nosso reconhecimento, e da nossa solidariedade. (Apoiados).

Nos altos destinos em que temos vindo, Portugal foi sempre um desinteressado paladino de todas as cruzadas do direito e do progresso. Entre os grandes impérios que têm surgido na história, o império português sobrelevou & todos em abnegação de motivos; consumimo-nos pela vida fora a propagar a fé e a implantar os princípios fundamentais da moderna civilização europeia. Dizem-no bem alto os Lusíadas. E, por isso, êsse luminoso poema não é só um grande poema da nossa raça, é tambêm um grande poema da humanidade.

A nossa colaboração na guerra mundial, que felizmente acaba de ter o seu fim, não faz senão confirmar as tradições da nossa lialdade e amor aos princípios.

Deus tem-nos protegido sensivelmente!

A vitória, que nos coroou, é tam formidável de transformações e consequências progressivas que os povos, espantados, voltam-se para o sobrenatural, olhando o céu, em reconhecimento pela nova ordem de cousas. É ver a atitude de Wilson; é ver a atitude de Lloyd George; é ver a atitude dos mais consagrados representantes da actual situação mundial...

São forças morais que reagem para levantar à sua maior altura o carácter humano.

Por isso, eu não ficaria bem com a minha consciências se dêste lugar, onde me ergueu a bondade de todos, e com as responsabilidades que êle me impõe, não soltasse, no mais solene momento da história do mundo, a minha voz, como síntese dum sentir comum e como eco da grande alma nacional, em acção de graças e louvores à Providência; sim, à Providência que regula a marcha assombrosa dos séculos, segura dentro das suas balisas os mares agitados, e das dobras do seu manto misterioso nos sustem a nós, pequeninos, na contemplação das miragens infinitas de todos os grandes ideais.

Glória, pois, a Deus nas alturas e paz aos homens, na terra, de boa vontade!

O Sr. Egas Moniz (Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros): - Em nome do Govêrno associo-me às palavras pronunciadas por V. Exa., de que a nossa comemoração neste momento seja, em primeiro lugar, dirigida aos mortos que nos campos de batalha, em África, em França e no mar tam alto levantaram o prestígio do nome português; que as nossas saudações sejam dirigidas aos nossos valorosos soldados e valentes marinheiros que souberam tam alto erguer o nome da Pátria; que as nossas saudações sejam dirigidas a êsses soldados de Portugal que tam bem o representaram nesta luta, que acabou pela vitória dos aliados!

Êsses soldados tinham alguma cousa de grande, e épico, abandonando as suas aldeias, atravessando os mares através de todos os perigos, para, em terras estranhas, combaterem, em nome do seu país, pela causa do Direito, da Democracia e da Liberdade!

Que as nossas saudações sejam dirigidas a êsses heróicos marinheiros, tam he-