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Sessão de 3 de Dezembro de 1918 5

róicos e grandes que ainda na última luta do caça-minas Augusto de Castilho, quando fizeram frente a submarinos, mostraram um valor, desprendidos da vida, que os vincula na história.

Que as nossas saudações se dirijam, em summa, a todos aqueles que, pela sua acção ou até pela sua propaganda, concorreram para a situação internacional que hoje disfrutamos.

Feitas estas saudações aos portugueses, eu quero, em primeiro lugar e em nome do Govêrno, saudar os chefes dos Estados das nações aliadas, e em segundo lugar os povos ao lado dos quais estivemos irmanados nesta luta homérica como V. Exa. muito bem disse, sem exemplo na história.

Há homens que nesta luta se mostraram de tal forma, e a alguns dêles já V. Exa. se referiu, que eu não quero por minha parte tambêm deixar do mencionar: Lloyd George, Clemenceau e Wilson.

Lloyd George é a síntese dum povo, a cuja tradição estamos ligados desde o início da nossa monarquia, pois a história diz que portugueses e ingleses combateram juntos quando da conquista de Lisboa. A nossa aliança com a Inglaterra vem de longe, e mais uma, vez a afirmámos quando do início da guerra, pois que desinteressadamente nos pusemos ao seu lado. Lloyd George sintetiza e simboliza êsse grande povo inglês. Saído das extremas esquerdas, a sua individualidade aumenta de prestígio e chegou a tal culminância, Sr. Presidente, que hoje pode dizer-se desassombradamente é um dos homens que, desde que se conhece a história da Inglaterra, mais alto nela se colocou.

Lloyd George simboliza uma parte da vitória. Foi devido à sua tenacidade intemerata, ao seu génio organizador, à sua indomável vontade que o triunfo se tornou uma realidade.

Um outro, Sr. Presidente, a quem eu quero neste momento fazer uma referência especial, é o chefe do Ministério francês, a Clemenceau, le trembleur de ministères. Foi êle que fez tombar para sempre as hostes inimigas na mais imprevista e colossal derrota de que há memória na história.

Clemenceau saiu do Parlamento, foi ali que se criou, foi ali que viveu. E, na hora precisa, quando se julgou que era indispensável um homem de pulso e de energia, êle levantou a França aos tempos heróicos dos séculos mediavais.

Não posso neste momento, como membro do Govêrno, deixar do fazer uma referência especial a essa altíssima individualidade, a êsse grande Ministro, a êsse grande dominador, a quem todos em França e no mundo inteiro fazem a justiça de colocar ao lado do grande Foch, a causa principal da vitória dos aliados.

Sr. Presidente: há uma outra individualidade que marcou na história, neste momento, o cujo nome se perpetuará para sempre através de todos os séculos. Refiro mo ao Presidente Wilson, essa alta individualidade que, encarnando bem o espírito nacional, meio aventureiro e sempre decidido a favorecer a causa da liberdade, da democracia e da justiça, pôde conseguir que o seu país, com a aprovação unânime do Congresso, viesse participar da luta duma maneira dicisiva, que fez baquear o dragão teutónico. Wilson, com a sua vontade de forro, dominou os submarinos e conseguiu fazer desembarcar em França 10:000 homens por dia.

Sr. Presidente: tambêm não devemos esquecer os outros que estiveram ao nosso lado.

A Itália, que nos combates aos Alpes, tanto se distinguiu em prol da causa justa dos aliados.

A Grécia, tam cheia de tradições, e que se colocou outra vez à altura da sua história, pois que Venizelos, com a sua vontade, conseguiu passar por cima dum rei que, por circunstâncias especiais de parentesco, desejava, pelo menos, a neutralidade da Grécia.

Venizelos, pôde fazer erguer o seu país e fazê-lo gozar das vantagens que são concedidas aos vencedores.

Da mesma forma nós devemos saudar o Brasil, o nosso irmão, que tanto auxiliou, no pelo sul americano, a causa dos aliados, e o Japão, que tanto concorreu, pelo seu esforço, para o desideratum da vitória.

Eu quero falar-lhes ainda da Sérvia, dêsse pequeno povo, mas glorioso, onde a tragédia da guerra foi mais intensa do que em qualquer outra parte, porque ao lado do ataque da metralha grassou uma das mais graves epidemias de que há memória nos tempos modernos. Tam grande