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10 Diário da Câmara dos Deputados

grande homem foi individualmente a maior garantia da vitória.

E Clemenceau é grande, maior do que nunca, quando reconhece os erros da sua política laica.

E neste princípio que a política portuguesa se deve estribar se quisermos fazer política e obra nacional.

Se passarmos para as necessidades concretas, encontraremos o Congresso da Paz, para o qual nos devemos preparar, indo a êle com uma unidade moral que possa defender os interesses vitais do país!

Neste momento vai, convictamente, toda a minha indignação contra aqueles que tentaram lançar o país na anarquia! Eu quisera neste momento sintetizar o ódio sagrado que tenho a essa gente, que não hesitou em lançar num dos maiores crimes a pátria portuguesa.

O problema social é um problema supremo, e é necessário que junto do mundo dos trabalhadores nós concorramos nesta hora, a fim de estudar as suas necessidades e tentar a sua resolução, e se eu me detive demasiadamente neste ponto, Sr. Presidente, é porque entendo que esta sessão devia ser mais do que uma sessão de saudação, pois que neste momento é nosso intuito dizer ao país que compreendemos muito bem o nosso dever e que zelamos os interesses nacionais, que é o mesmo que dizer que continuamos a obra dos nossos mortos heróicos e santos, que afirmaram o direito sagrado da nossa autonomia. Disse.

Apoiados.

O discurso será publicado, revisto pelo orador, quando êle restituir as notas taquigráficas que lhe forem enviadas.

O Sr. Calado Rodrigues: - Sr. Presidente: nunca no Parlamento Português decerto se efectuou uma sessão solene como esta. Nós temos tido no Parlamento sessões brilhantíssimas em que os aspectos mais graves da vida portuguesa e as questões políticas mais importantes se têm debatido.

Aqui sé tem levado a eloquência ao mais elevado grau da sua intensidade, aqui se têm consagrado heróis, aqui se têm vitoriado nações, homens e ideas. Mas, Sr. Presidente, nunca certamente se vitoriou no Parlamento Português um facto tam solene como êste que se comemora hoje: a vitória da Liberdade e da Democracia, a vitória da Justiça e do Direito.

Eu queria que neste momento surgissem; aqui, se fôsse possível ressuscitá-las, essas grandes figuras do Parlamento Português: Almeida Garrett, José Estêvão, José de Alpoim e tantos outros que iluminaram o Parlamento com a sua palavra brilhantíssima. Eu queria que êsses grandes oradores aqui estivessem, cooperando com os oradores que tam brilhantemente falaram, nesta consagração que é a consagração máxima de todos os tempos.

Fecharam-se a última vez as portas desta casa quando a vitória era para nós apenas Tinia coisa provável. Abrem-se hoje sôbre um mundo novo, criado pela vitória decisiva.

Há mais luz nesta casa, porque há mais luz nos nossos corações. A luz que nos? vem da Liberdade triunfante, do Direito restabelecido, da Justiça dominadora, do triunfo decisivo da raça latina.

E bem podemos tomar para nós uma parcela dessa luz, fazendo ao mesmo tempo a consagração das nações aliadas, e a consagração da nossa lialdade, porque nós, Sr. Presidente, soubemos cumprir com lialdade os nossos pactos internacionais, soubemos manter-nos ao lado da Inglaterra nossa amiga e aliada secular. Cumprimos o nosso dever unidos a essa grande Inglaterra que nos deu um dos mais bolos exemplos de fôrça de que reza a história, dessa grande Inglaterra que, nos quatro anos de luta, soberanamente afirmou o seu poderio imenso, a sua actividade prodigiosa, a sua tenacidade admirável, as suas inexcediveis qualidades de organização e sobretudo a sua inteligentíssima orientação colonial, mixto de energia e tolerância, que fez com que a Inglaterra tenha sabido manter durante séculos o maior império do mundo, conservando sob o seu domínio tantos milhões de homens separados por tam fundas divergências de costumes, de crenças, de tradições.

É êste o maior elogio da Inglaterra e muito honrados nos devemos sentir tendo entrado na guerra ao lado dessa nação gloriosa. Mas, só cumprimos um dever para com a Inglaterra, cumprimos sobretudo um dever para connosco próprios. Nós procedemos com lialdade e - repito - agora que aqui se faz a consagração dos