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Sessão de 3 de Dezembro de 1918 11

aliados, temos o direito, temos o dever mesmo, de fazer a consagração da lialdade com que Portugal soube cumprir os pactos internacionais, batalhando ao lado da Inglaterra como lho impunha o mais elementar dever.

Tomando parte nessa luta em que venceram o direito e a justiça, nós partilhamos dessa glória conquistada pelo heroísmo dos aliados, partilhamos dessa luz que vem da liberdade, dessa liberdade que só ergue triunfante nas terras de França, que se ergue nos explendores da vitória dessa França nobilíssima e grande, da França de Jeanne d'Arc, da França da Revolução, da França do Marne. A alma da França com toda a sua doçura, com todo o seu heroísmo está dentro dêstes quatro pontos cardeais: Jeanne d'Arc e Foch; Lourdes e o Marne.

A França deu exemplos grandiosos de heroicidade; os campos do Marne revolvidos pela metralha, as ruínas gloriosas de Soissons, de Arras, de Verdun e de tantas outras cidades destruídas, são os grandiosos testemunhos de que a França soube cumprir o seu dever. Ao falar no Marne, nessa batalha que decidiu da sorte do mundo, que fez triunfar a justiça o a liberdade contra a autocracia e contra o militarismo, não posso deixar de lembrar essa nação heróica que é a Bélgica, essa Bélgica que, afinal, nós podemos considerar como a nação que preparou a vitória. Quando a invasão alemã talou as terras da Bélgica, quando uma onda de opressão o de martírio procurava esmagar êsse povo nobilíssimo, se não fora o heroísmo da Bélgica ter-se-hia liquidado a liberdade do mundo; o mundo não teria vencido a autocracia militarista.

Por isso devemos saudar, entre todas as nações aliadas, a Bélgica heróica, a Bélgica do Rei Alberto, a Bélgica do burgo-mestre de Anvers, a Bélgica do cardeal Mercier, dessa grande figura que pode considerar-se o mais brilhante apóstolo da fé e do patriotismo; a Bélgica heróica e mártir que conquistou o direito à maior consideração do mundo.

Depois da Bélgica, merece referência especial a Itália, essa Itália à qual nos ligam tantos laços, desde os laços religiosos até os laços políticos e literários.

Os laços religiosos que nos ligam à Itália derivam da circunstância de ser Roma a sede do catolicismo que é a religião da maior parte dos portugueses.

Mas não só pelos laços religiosos nós estamos ligados à Itália. Também a ela nos ligam os laços políticos não só apertaram, sobretudo, quando a Itália deu a Portugal uma princesa da casa de Sabóia, para rainha. Não fica mal a ninguêm invocar, aqui, com todo o respeito, a memória dessa princesa que é bem o símbolo do infortúnio supremo.

Por igual nos unem à Itália os laços literários, que sobretudo se apertam quando se abrem para o mundo os esplendores da Renascença. Assim, Sr. Presidente, nós que não pudemos dominar a nossa apreensão fundíssima quando as tropas inimigas desembocaram no Veneto e chegaram às portas da rainha do Adriático, nós que tememos, então, pela sorte da Itália, não podemos deixar de manifestar-lhe a nossa admiração pelo esforço grandioso com que ela contribuiu para o triunfo comum e a nossa congratulação por a vermos, emfim, realizar o sonho luminoso do Irridentismo, o sonho dos heróis do Risorgimento.

E, Sr. Presidente, basta-nos ler êsse belo livro de Jean Alazard A Itália e o conflito europeu, para ficarmos com a certeza absoluta de que a Itália cumpriu o seu dever, tomando a atitude que tomou, ao lado das nações aliadas.

Outra nação merece especial referência. É a República dos Estados Unidos da América do Norte. Esta grande nação deu-nos exemplos surpreendentes do tenacidade, de trabalho, de actividade.

Os Estados Unidos que são o país das invenções maravilhosas, da actividade ordenada, e que são uma nação grande, mesmo nos campos da literatura e da arte, dão-nos tambêm os mais solene" exemplos políticos, sobretudo com essa brilhante galena de Presidentes que vêm desde Washington, o campeão da independência, até Wilson, o arauto dos direitos do mundo.

Os Estados Unidos entraram na guerra, como factor considerado do poder decisivo, e assim mais ficaram merecendo a nossa admiração.

Devemos destacar ainda para esta consagração as nações que não mandaram contingentes para a guerra, mas que es-