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16 Diário da câmara dos Deputados

Vou terminar, mas, como os meus ilustres colegas que me precederam, entendo que devemos prestar homenagem à França, à Bélgica, à Inglaterra, a Portugal e tantas outras nações que colaboraram, fiéis aos mesmos princípios, aos mesmos dogmas e aos mesmos cultos, pelo esmagamento do militarismo, e sobretudo da autocracia alemã.

Tenho dito.

O Sr. Adelino Mendes: - Sr. Presidente : não é intenção minha fazer um discurso, nem alongar mais esta sessão, que gostaria muito que tivesse decorrido com muitíssimo maior brilho e muitíssimo mais entusiasmo. Entretanto, Sr. Presidente, parece-me que não seria justo que saíssemos daqui sem que prestássemos o mais ardente culto a uma das forças que mais contribuíram para que a causa dos aliados tivesse o imenso e desejado triunfo que ela acaba de alcançar. Quero referir-me, Sr. Presidente, à obra extraordinária de esforço, de fé e de coragem que a Imprensa aliada exerceu em todos os países aliados. (Apoiados).

Foi a imprensa, Sr. Presidente, que, quando a fé entre os povos que se batiam, parecia diminuir, decrescer e apagar-se, conseguiu que essa fé se mantivesse cada vez mais firme e mais ardente e levasse os povos ao triunfo que êles alcançaram, depois de tanto tempo de luta e de tantos sacrifícios realizados, sacrifícios êsses que, por vezes, chegaram a confundir se com o martírio...

Sr. Presidente: foram os grandes apóstolos do jornalismo, foi Clemenceau, foi Vorthelife e foram tantos outros que nunca se cansaram de dizer à gente dos seus uaíses, e a todos os que a seu lado lutaram, que uma cousa havia a fazer: era vencer contra tudo, vencer apesar de tudo. E quando os Govêrnos hesitavam, era a imprensa que os fazia Marchar, era a imprensa que eliminava os homens que mio sabiam cumprir os seus deveres, apontando ao mesmo tempo os homens que haviam de levar os exércitos e os povos à vitória definitiva.

Entretanto, na frente da batalha, ao lado dos exércitos que se batiam, indo onde mais longe iam os combatentes, correndo todos os riscos, vendo estalar junto de si as granadas, deixando-se matar como os próprios militares, havia uma plêiade de jornalistas repórters, cujo encargo era dizer a todo o mundo aliado como os soldados de Direito e da Justiça morriam pela causa que tinham de fazer triunfar.

Há nos jornais dos países que constituem o bloco anti-alemão, existem nos jornais que contribuíram para que a tirania prussiana caísse, páginas imortais, que são outras tantas e epopeias que nunca deixarão que se esqueça todo o sangue que se verteu, para que os povos pequenos continuem a poder dizer-se livres.

Sr. Presidente: tive a honra de ver estalar junto de mim as granadas alemãs. O que fiz não foi nada, porque não passei como correspondente de guerra, era um diletanti.

Faço esta declaração para que se não julgue que falo pró domo mea. Vi entretanto como os meus colegas exerciam, com uma devoção que ia até o fanatismo, a sua profissão. E que todos êles tinham, acima de tudo, o dever de manter na retaguarda o entusiasmo da devoção pelos exércitos cujos feitos celebravam. Fui companheiro de Barfini e de Tudesca. Percorri, com Oliva, os campos de batalha da Picardia. E ainda hoje, Sr. Presidente, recordo com dorida comoção a alma gentilíssima de Serge Bissat, varado por uma bala alemã poucos dias depois da tomada, pelos ingleses, do Monte de Messias. Quem não julgará, pois, justíssimas quantas homenagens se prestarem àqueles que se bateram com o pensamento e com a pena, para que nós hoje possamos exultar de contentamento ao vermos desfeito para todo o sempre o pesadelo alemão?

E, assim, Sr. Presidente, depois de prestar essa homenagem àqueles que, servindo-se dos jornais, dêles fizeram armas tremendas contra os nossos inimigos, quero propor que às saudações por V. Exa. propostas, se junte uma outra, bem calorosa, a todos os jornalistas das nações aliadas, que se bateram intemeratamente para que a vitória mais bela, a mais deslumbrante, viesse, cedo ou tarde, a pertencer-nos. (Apoiados).

O Sr. João de Castro: - Sr. Presidente: pedi a palavra sôbre a ordem e, nestas circunstâncias, obedecendo a uma dis-