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6 Diário da Câmara dos Deputados

ela foi que naquela trágica retirada, que mais tarde há-de ser aproveitada pelos dramaturgos, houve uma enfermaria onde morreram todos os doentes, e onde, querendo saber-se do médico dessa secção, foi êle procurado e encontrado morto debaixo do leito. Esta foi a tragédia mais empolgante de toda a guerra.

Há ainda outros dois grandes povos que temos do admirar pela sua combatividade: o Montenegro e a România. Uma outra nação resta a que desejo fazer uma especial referência. A Rússia. A Rússia, Sr. Presidente, a respeito da qual há pouco ouvi na frase que quero relatar à Câmara.

Um russo, meu amigo, expressou-se desta forma: "Hoje, entre as famílias dos aliados, não há nenhuma que não tenha um morto a deplorar, mas na família das nações aliadas o morto é a Rússia". E vi então que algumas lágrimas caíram rápidamente pelas suas faces.

Sr. Presidente: a Rússia deu o sacrifício do cêrca de cinco milhões de homens; contudo a desordem veio lançá-la na pior das anarquias. Que nos sirva isso de exemplo, e que o princípio da ordem seja sempre aquela pelo qual se orientem, todos os Govêrnos (Apoiados), e que sirva de norma a todos os homens que se interessem pela administração pública.

Sr. Presidente: deixarei pura o fim um País, para o qual quero ter palavras muito particulares e muito especiais. E para a Bélgica, que foi o supremo sacrificado. E para a Bélgica, que deu um grande exemplo de solidariedade humana. que jamais pode ser ultrapassado. É para o seu Rói, o extraordinário Rei Alberto. É para a Rainha da Bélgica, essa pequenina e encantadora figura feminina, que tem hoje a admiração de todos, sem distinção de crenças políticas.

Quero dizer a V. Exa. e à Câmara que a Bélgica, êsse pequeno país, de um grande povo, merece uma consideração especial de todos nós.

Sr. Presidente: não quero alongar-me muito, porque sei que estão inscritos muitos oradores, e por isso não mo refiro aos outros países que tiveram uma acção menos intensa, quer em África, quer no mar, quer em França.

Sr. Presidente: eu vou concluir, pois, mas não sem manifestar o desejo que tenho de que a proposta de V. Exa. - e isso está decerto no ânimo de todos nós - seja aprovada por aclamação, e que disto se dê conhecimento a todos os parlamentos dos países que tomaram parte neste lausperene de justiça, liberdade e de democracia. A todos êsses países a nossa homenagem, e aos seus exércitos, às suas marinhas de guerra, a todos aqueles que combateram nestes quatro anos, a todos aqueles que se esforçaram para que a vitória fôsse o que realmente foi.

O orador não reviu.

O Sr. Almeida Pires: - Sr. Presidente: pedi a palavra, em nome da maioria, para me associar com o mais vivo entusiasmo e o mais íntimo prazer à saudação que V. Exa. propôs às nações aliadas, por virtude da espantosa vitória sôbre os impérios centrais.

Sr. Presidente: eu assisti, como espectador, à memorável sessão aqui realizada em Agosto de 1914, e ainda mo recordo da comoção profunda que de todos se apoderou, quando o Parlamento Português, num momento de angústia o de incerteza para todos, se declarou ao lado da Grã-Bretanha. Parece que naquela ocasião uma onda de entusiasmo só apoderou de todos, chegando até as galerias, aclamando-se a França e a Inglaterra e Portugal, que desde essa hora de incertezas e de dores ia entrar no grande conflito. E para isso não esperou que a sorte fôsse próspera, pois desde os primeiros momentos os seus soldados pelejaram nessa luta gigantesca, de que não não há memória doutra igual nos anais da história. Terrível momento foi êsse para uma nacionalidade! Terrível momento êsse, mas todos compreenderam que mais valia a morte do que a desonra!

Nós provamos assim que os tratados não eram para, nós farrapos de papel!

Os nossos soldados pelejaram valentemente em França e em terra de África nesta luta grandiosa (Apoiados'), dando para essa vitória o sangue de seus corações.

Nem outra cousa poderia ter acontecido, Sr. Presidente, porque, como S. Exa. disse há pouco e muito bem, Portugal foi sempre um pioneiro do progresso e da civilização, e não podia manter-se indiferente nessa peleja estupenda, em que se joga-