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4 Diário da Câmara dos Deputados

Refere depois o orador que o Sr. Presidente do Ministério disse que se tivesse de fazer acusações as faria perante o tribunal.

Houve alguém que pediu a palavra para explicações e êsse alguém foi êle, orador, e pediu-a várias vezes sendo encerrada a sessão sem o Sr. Presidente lhe ter dado a palavra.

Êsse assunto ha de ser liquidado na presença do Sr. Presidente do Ministério, diz o orador. E acrescenta que esta questão foi tratada num periódico do Lisboa, facto contra o qual o orador protesta.

Declara o orador que é muito humildo, mas que não deixa ofender a sua dignidade seja por quem fôr, seja rei, presidente da República ou simplesmente vice-rei.

E termina as suas explicações nesta altura, porque quando estiver presente o Sr. Presidente do Ministério as continuará.

O discurso será publicado na integra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Alfredo Machado: - Pedi a palavra para mandar para a Mesa um requerimento.

Êsse requerimento diz:

Leu.

O Regimento desta Câmara diz o seguinte:

Leu.

O meu projecto, que já foi apresentado há bastantes dias, está compreendido nestas disposições, mas essas formalidades ainda não foram cumpridas.

Já que estou com a palavra peço a V. Exa., Sr. Presidente, que me reserve a palavra para quando estiver presente o Sr. Ministro do Comércio, pois desejo tratar dum assunto que se refere às escolas industriais.

O Sr. Alfredo Pimenta: - Sr. Presidente: desde 8 de Dezembro de 1917 até à presente data ouço falar muitas vezes em República Nova e República Velha.

Até o assassinato do Sr. Presidente da República Sidónio Pais compreendia que se insistisse nesta expressão "República Nova", que representava a sua aspiração e o seu sonho. Mas para mim essa República Nova, desapareceu às 11 e meia da noite de 14 de Dezembro passado, quando o corpo do Sr. Sidónio Pais, varado pelas armas forjadas pelos três partidos constitucionais da República, caiu inerte.

Para mim assim é, mas se se quere contestar que estejamos em República Velha permita-se-me que afirme que não estamos já em República Nova.

As tendências presidencialistas do Sr. Sidónio Pais caíram perante a perigosa feição parlamentarista da República Velha.

Ontem a República Velha ressurgiu nesta casa quando o Sr. Cunha Lial, esquecendo-se transitoriamente de que era oficial do exército e representando de Alexandre Braga e Afonso Costa, incitou as galerias...

Sussurro.

O Sr. Cunha Lial (interrompendo): - Nunca me esqueço e não admito que V. Exa. diga isso.

O Orador: - Quando o Sr. Cunha Lial falou, como falou, conseguiu provocar manifestações das galerias, absolutamente intempestivas o criminosas, e que são indiscutivelmente tudo quanto há de mais República Velha.

O Sr. Adelino Mendes: - Queria ouvir vivas à monarquia?

O Sr. Cunha Lial: - Então não acharia intempestivas.

O Orador: - Por mim declaro que, se as galerias estivessem cheias de correligionários meus e interrompessem o meu discurso com aplausos, sentar-me-ia e não diria absolutamente mais nada. (Apoiados da minoria monárquica).

Não estamos ainda em República Velha mas já os três partidos constitucionais da República vão a Belém e ali são recebidos, acompanhados dos centros e centrinhos políticos e filarmónicas revolucionárias.

Certamente nesses "centros" e "centrinhos" estão eminentes sociólogos, experimentados estadistas, superiores homens de sciência, está, emfim, gente categorizada e conhecedora a fundo dos problemas de administração pública, para que