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8 Diário da Câmara dos Deputados

palavras proferidas pelo Sr. Presidente do Ministério. Agora, diz S. Exa. que tinha pedido a palavra para explicações. Está muito bem, registo a declaração de S. Exa. Além disso, essa notícia limitava-se a fazer uma referência à obra administrativa do Sr. Machado Santos o à qualidade dalguns dos seus colaboradores. A obra administrativa do Sr. Machado Santos é, infelizmente, a mais inepta e ruinosa que tem havido na administração portuguesa.

O Sr. Celorico Gil: - Não apoiado.

O Orador: - Quanto à conduta dalguns dos seus cooporadores, ela é de tal ordem e, pelo menos, tam suspeita, que o Sr. Ministro das Subsistências julgou ser necessário nomear expressamente um magistrado judicial para sindicar o que lá se passa.

O Sr. Celorico Gil: - Declaro que o Ministério das Subsistências tem produzido efeitos contraproducentes desde que foi criado.

Êsse Ministério só no tempo em que o Sr. Machado Santos o dirigiu é que prestou ao país relevantíssimos serviços. E estou convencido Ho que ao êle ainda continuasse naquele Ministério não tinha havido a falta de géneros que se têm dado.

O Orador: - É possível que o Sr. Celorico Gil tenha conhecimento de factos que possam levar a Câmara ou o país a achar correcta a obra administrativa do Sr. Machado Santos. Nós conhecêmo-la pelo Diário do Govêrno onde vieram publicadas as nomeações para êsse Ministério.

O Sr. Cunha Lial (interrompendo): - Para S. Exa. acusar a obra administrativa do Sr. Machado Santos, quando Ministro das Subsistências, é necessário que apresente provas.

O Orador: - Não quero fazer um debate sôbre a obra administrativa do Sr. Machado Santos; quero apenas constatar dois factos: - a convição geral de que a obra de S. Exa. é nefasta, e a circunstância do Sr. Ministro das Subsistências ter nomeado um magistrado judicial para realizar aquela sindicância. Posto isto, termino renovando a declaração que fiz no princípio do meu discurso, isto é, que eu, Deputado, não voltarei a usar da palavra para dar explicações sôbre o que escrevo nos jornais, ou sôbre o que escreva nos jornais a que eu pertença a propósito do procedimento de qualquer Sr. Deputado.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Lial: - Começa por dizer que separa bem a responsabilidade de jornalista da responsabilidade de Deputado, se bem que às vozes as duas entidades estejam metidas na mesma pele.

Diz o orador que sabe bem que se todos se acupassem com o que se escreve nos jornais a vida seria um geral conflito, mas que deseja acentuar que não há um republicano contra o qual os monárquicos não hajam empreendido campanhas constantes e facciosas.

Uma voz da direita: - Porventura alguma vez se levantou alguma campanha contra o Sr. Dr. Sidónio Pais, ou contra qualquer dos homens que estão no Govêrno?

O Orador: - É a inutilização dos republicanos o que visam cortas campanhas nos jornais.

Relembra o orador a sua nobre atitude no caso de Teles de Vasconcelos e compara-a com a dêsses defensores da monarquia.

O orador, que foi sempre republicano, disse então ali que era uma infâmia processar Teles de Vasconcelos antes de se provarem as acusações feitas.

Disseram-lhe nessa ocasião alguns republicanos a que se calasse porque várias cousas se sabiam - e o orador não alterou a sua conduta, porque pensava então como pensa agora: - que antes do julgamento o acusado é uma pessoa sagrada para toda a gente.

Mas, contra as insídias e insinuações do certas criaturas às quais o talento só serve para atacar os outros, contra isso não há defesa possível.

Repete o orador que toda a Câmara ouviu que elo pediu a palavra para antes de se encerrar a sessão.

Mas não quiseram esperar as vinte e quatro horas pela liquidação do incidente, porque lá estava uma criatura que toda a sua inteligência, toda a sua vida tem em-