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6 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Almeida Pires: - Pedi a palavra, Sr. Presidente, para, em nome dêste lado da Câmara, me associar à votação , da proposta apresentada pelo Sr. Ávila Lima.

Nós, portugueses, sentimos sempre as dores e as alegrias do povo brasileiro, porque o Brasil é verdadeiramente uma nação irmã. Olavo Bilac mereceu a consagração de todos os portugueses e, sôbre ser um distintíssimo cultor das letras, foi um profundo amigo de Portugal.

Assim, Sr. Presidente, associando-mo à proposta, não faço mais do que cumprir um dever a que esto lado da Câmara já mais se furtaria.

O orador não reviu.

O Sr. Pinheiro Tôrres: - Sr. Presidente: faço também uso da palavra para me associar, em nome da minoria católica desta casa do Parlamento, à proposta apresentada pelo Sr. Lobo de Ávila Lima.

Ainda há bom pouco tempo que esta Câmara sentidamente prestou o sou preito de homenagem à memória de Edmond Rostand, que foi a expressão máxima do romantismo francês e em cuja obra se cauta a obra imortal de França, e já hoje estamos prestando igualmente a nossa homenagem àquele que foi a alta expressão da poesia lírica brasileira: Olavo Bilac. Todos deploramos a sua morte, que é uma perda irreparável para as duas literaturas, portuguesa e brasileira.

Eminente poeta e prosador, figura máxima da literatura, era sobretudo um grande e sublime lírico que na Via Láctea deixou versos que viverão emquanto existir a língua portuguesa. E pena é que Olavo Bilac, como tantos outros poetas nossos, não possa ser amado pelos estrangeiros, que não conhecem a nossa língua tam rica e tam bela, donde se destacam duas soberbas e admiráveis literaturas: a nossa, do tam belas tradições, que ecoou em todo o mundo e a joven literatura brasileira, que no novo mundo latino representa a mais alta expressão do pensamento escrito. E como dentro dela Olavo Bilac era singular e resplandecente figura, por isso lhe presto a minha comovida comemoração.

E visto que estou com a palavra, permita-me V. Exa. o a Câmara que eu aproveite o ensejo para lembrar o luto que envolve os Estados Unidos pela morte do grande homem de Estado que se chamou Roosevelt, Se não podemos em hora nenhuma esquecer o nome dessa grande democracia, muito menos o podemos esquecer agora, visto que ela desempenhou um forte papel para a defesa da causa dos aliados. E Roosevelt, figura do singular relevo, tam complexa, embora contraditória por vezes, más sempre grande, merece todo o nosso respeito. A sua feição imperialista os serviços espantosos que prestou ao seu país, principalmente em reconstrução da sua armada, os seus belos esfôrços para a morigeração dos costumes, emfim, toda a sua obra é absolutamente digna do mais fervoroso louvor. Deve sobretudo pôr-se em destaque a sua acção e influência sôbre o papel que os Estados Unidos tomaram na guerra, apressando a hora da vitória e preparando uma paz íusta o equitativa.

O Sr. Presidente: - V. Exa. está falando sôbre a proposta do Sr. Ávila Lima?

O Orador: - Depois do me associar à proposta em discussão e do prestar a minha humilde homenagem à memória do poeta Olavo Bilac. pedi a V. Exa. e à Câmara licença para aproveitar o ensejo de propor um voto de sentimento pela morte do Presidente Roosevelt.

O Sr. Almeida Pires: - Era nossa intenção que o Grovêrno se associasse a essa proposta...

O Orador: - Só V. Exa. quer, eu não tenho dúvida em esperar pela vinda do Govêrno a esta Câmara.

O Sr. Presidente: - Declaro a V. Exa. que seria preferível.

O Orador: - Não tenho dúvida em condescender com o pedido do V. Exa., o, associando-me de novo e com a maior comoção ao voto proposto pelo Sr. Ávila Lima, reservo as minhas considerações para quando o Govêrno estiver presente.

Tenho dito.

O orador não reviu.