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Sessão de 9 de Janeiro de 1919 9

pregado na defesa da República e pensavam em que a haviam de inutilizar.

São desta fôrça os detractores de Machado Santos e, no emtanto - acentua o orador - mesmo que Machado Santos tivesse culpas, êle estava muito acima das culpas dos seus detractores.

O nome de Machado Santos é imaculado, e sabe a Câmara porque é que o atacam? E porque êle lhe faz sombra, e porque faz sombra aos valentes de hoje, que na madrugada de 5 de Outubro de 1910 fugiram espavoridos.

Repete o orador que aquele que ousar tocar nesta questão antes de ela ser derimida entre o orador e o Sr. Presidente do Ministério é um cobarde vil.

O discurso será publicado na integra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Aníbal Soares: - Sr. Presidente: não ouvi bem as últimas palavras do Sr. Cunha Liai e parece-me conveniente que S. Exa. as repita a pedido de V. Exa.

O Sr. Celorico Gil: - Não há nada de ofensivo.

O Sr. Aníbal Soares: - As últimas palavras do Sr. Cunha Liai não foram bem ouvidas dêste lado da Câmara.

O Sr. Fidelino de Figueiredo: - Peço a palavra para um requerimento.

O Sr. Cunha Lial: - A melhor forma de esclarecer o incidente é eu repetir as minhas palavras. Foram as seguintes: - Se, uma vez posta a questão neste pé e antes de eu a derimir com o Sr. Presidente do Ministério, alguém lhe tocar, eu considerarei êsse alguêm um cobarde vil.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Fidelino Figueiredo.

O Sr. Fidelino Figueiredo: - Tenho a honra de enviar para a Mesa um projecto de lei, sôbre o qual me dispenso de fazer quaisquer considerações, visto que a sua justificação se encontra no relatório que o precede.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Celorico Gil.

O Sr. Celorico Gil: - Diz o orador que mais uma vez tem o prazer de concordar com o seu antigo companheiro, brilhante jornalista e distinto literato Sr. Aníbal Soares, entendendo que só as cousas que dizem respeito a esta casa nesta casa devem ser tratadas. Mas, visto, que, intespestivamente, êste incidente ali foi levantado pelo Sr. Cunha Liai, visto que foi chamado à tela da discussão, o orador tem a declarar ao Sr. Aníbal Soares, que a êle muito bem o conhece, a sua estranheza quando hoje leu nas colunas do Liberal um suelto que deve ser de S. Exa., porque se lhe conhece a prosa, e em que se incita a turba contra a humilde pessoa do orador e contra alguns membros do Congresso nacional.

A S. Exa., que lhe chamou demagogo, tem a dizer que, quando andou por terras de Espanha, quando em Portugal dificilmente alguém conseguia levantar a sua voz, ali dentro ou lá fora - uma voz se ergueu ali e em toda a parte em defesa de S. Exa., e essa foi a humilde e pobre voz do orador.

Chama-se-lhe demagógico porque pugna pelos bons princípios, porque deseja a regeneração desta pobre, desta infeliz mas grande, imensa Pátria Portuguesa.

E demagógico porque naquela casa combate aqueles que andam atraiçoando os verdadeiros princípios; é demagógico porque combate aqueles que, nesta hora tam grave para a nossa Pátria, andaram a criar as juntas militares, perturbando a ordem. Se isto é ser demagógico, o orador tem o maior prazer em o ser.

Falando da sua conduta política no passado, diz que houve apenas um homem que apoiou e que apoiaria ainda se êle fôsse vivo, porque era um bom, um grande, um liai português e republicano: era o general Pimenta de Castro.

E os que foram vencidos em 14 de Maio teriam sido vencedores se muitos dêsses que agora se encontram na República Nova não andassem, como o orador os encontrou, a tremer de medo.

Aos que desde 5 de Dezembro se têm arrastado miseravelmente pelas cadeiras do poder, há-de o orador combatê-los como combateu os democráticos e o seu chefe, porque êles cometeram crimes e tiveram muitas fraquezas. Mas que grande diferença, apesar de tudo, entre a