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Sessão de 9 de Janeiro de 1919 7

O Sr. Aires de Ornelas: - Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar, em nome da minoria monárquica, ao voto do sentimento proposto pelo meu ilustre amigo e colega Sr. Ávila Lima pelo falecimento do poeta brasileiro Olavo Bilac.

Já o elogio dêsse homem do letras foi feito pelo Deputado proponente em termos e duma forma que me dispensam de alargar-me em considerações, e por isso limito-me a associar a minoria monárquica a êsse voto de sentimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Não havendo quem peça a palavra, vai votar-se a proposta do Sr. Ávila Lima.

Foi aprovada por unanimidade.

O Sr. Aníbal Soares: - Sr. Presidente: tendo pedido a palavra para explicações quando concluía as suas considerações o Sr. Cunha Liai, devo começar por declarar que o faço pela primeira e última vez em circunstâncias idênticas, nesta casa do Parlamento, porque não posso admitir o princípio, nem como parlamentar nem como jornalista, dos Deputados que pertencem à imprensa serem aqui increpados pelos artigos, que escrevem lá fora nos jornais.

O Sr. Cunha Lial (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?

Eu não increpei V. Exa. e só me referi a êste caso porque podia ter havido má interpretação por parte dos Deputados presentes. Foi por isso que eu quis esclarecer aqui uma questão que me importava. A questão jornalística não se trata nesta casa.

O Orador: - Eu ouvi S. Exa., ao referir-se a uma local, estar o caso do se encontrar aqui um representante do jornal, aludindo até a situação política dêsse Deputado.

Foi isso que determinou a declaração que eu acabei de fazer.

O jornalista não pode ser increpado aqui por aquilo que no jornal escreve. (Apoiados).

Aqui não se é Deputado do jornal, mas da Nação.

Se nós, jornalistas, fôssemos chamados à tela da discussão, na Câmara, por motivo do que escrevemos, daí resultava uma dupla perda de tempo, por isso que não nos poderíamos dedicar nem ter liberdade de acção nos dois mesteres.

Feita esta declaração, cumpre-me dizer a V. Exa., Sr. Presidente, que fui eu o autor da local a que se referiu o Sr. Cunha Lial.

Disse S. Exa., em primeiro lugar, reproduzindo as palavras do Sr. Presidente do Ministério, que êste senhor dissera que se tivesse acusações a fazer, as faria perante os tribunais.

Não foi isto o que eu ouvi ao Sr. Presidente do Ministério e apelo para a Câmara para que diga se foi isso o que ouviu pronunciar a S. Exa.

O que S. Exa. disse foi isto: "Às acusações que eu tenho a fazer a V. Exa., terá de responder nos tribunais".

Parece que não foi assim que as palavras do Sr. Tamagnini Barbosa chegaram aos ouvidos do Sr. Cunha Lial.

Em segundo lugar protestou o Sr. Cunha Lial contra o facto dêsse jornal ter acusado a pessoa a quem o Sr. Presidente do Ministério só dirigiu.

Não é verdade. Êsse jornal limitou-se a reproduzir as palavras do Sr. Presidente do Ministério, tal como acabo de as referir.

Isto não significa uma condenação, mas a reprodução das palavras de um Ministro que, por seu turno, não condenou ninguêm.

Em terceiro lugar, disse o Sr. Cunha Liai que êsse jornal notara que S. Exa. não tinha podido a palavra para explicações. Devo observar a S. Exa. que não é isso o que êsse jornal diz. Sei que S. Exa. pediu a palavra para explicações, bastante tempo depois de proferidas pelo Sr. Presidente do Ministério essas palavras.

O Sr. Cunha Lial (interrompendo): - V. Exa. está enganado. Eu pedi logo a palavra para antes de se encerrar a sessão, mas como alguns dos meus colegas me observassem que não era essa a praxe eu pedi a palavra para explicações.

O Orador: - Em todo o caso, o que êsse jornal não diz, como S. Exa. afirmou há pouco, é qual S. Exa. não tinha pedido a palavra para explicações. O que êsse jornal diz é que S. Exa. não contestou as