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4 Diário da Câmara dos Deputados

Isto está na ordem de ideas do lema enunciado por S. Exa. no final do seu discurso.

Mas eu permito-me preguntar por intermédio de V. Exa., ao Sr. Presidente do Ministério, e com que autoridade, por que motivo, S. Exa., durante vinte amargos dias, teve o país inteiro na mais dolorosa espectiva da guerra civil?

Não foi, decerto, por vaidade ou ambição pessoal; - faço a justiça de crer que o Sr. Tamagnini Barbosa saberia subjugar Ossos sentimentos, olhando ao bem do país - não foi, certamente, o princípio da defesa da República, pois ou não acredito que se possa pôr a República antes da Pátria.

Então porque foi?

Foi - disse-nos S. Exa. - por respeito ao princípio da continuação da obra do Sr. Sidónio Pais.

Ora eu ainda, até hoje, não vi definido o que seja a obra do Dr. Sidónio Pais.

Politicamente, a, obra de Sidónio Pais foi o exercício do poder pessoal, e para fazer o exercício do poder pessoal Pm qualquer país, em qualquer parto do mundo, é necessário ter um grande prestígio que, nestes últimos oito anos de República, apenas o teve o Dr. Sidónio Pais.

Para fazer o exercício do poder pessoal como Sidónio Pais o fez e disse, é necessário ter atrás de si a opinião unânime do povo.

Por consequência, melhor teria andado o Sr. Presidente do Ministério vendo logo na primeira hora que, acima das ideas da defesa da República e acima de qualquer possível idea de ambições pessoais, está o bem do país.

Foi S. Exa. atacado, rudemente, por alguns Srs. Deputados; foi preguntado ao Sr. Presidente do Ministério porque foi que não castigou a manifestação dos militares das juntas do norte.

Não soube, porque não quis o Sr. Presidente do Ministério, responder ao Sr. Deputado Cunha Lial, quando êle lhe preguntou a razão porque estiveram presos no Pôrto vários oficiais e o Sr. Deputado Serafim Morais; não soube porque não quis dizer que êsses oficiais e o Sr. Deputado Machado, que foi a Braga, tinham sido enviados pelo Sr. Presidente do Ministério nessa obra de minar o que era uma justíssima reivindicação do exército, ao qual, emquanto viveu o Dr. Sidónio Pais, toda a população do país deveu estar sossegada era suas casas, graças às vigílias dêsse exército português. (Apoiados).

Estas considerações, Sr. Presidente, vêm a propósito de acontecimentos graves, de que tenho apenas informações imprecisas, mas do que o Sr. Presidente do Ministério mo poderá dar esclarecimentos e à Câmara.

Consta-me que na vila da Régua fôrças que se pretendiam dizer representantes da República velha, em nome dessa República, destituíram as autoridades que até ali...

O Sr. Adelino Mendes (interrompendo): - Foi o que fizeram as autoridades monárquicas no Pôrto.

O Orador: Sr. Presidente: continuando nas minhas considerações, tenho a declarar à Câmara que me honro muito bom usa apartes que mo fazem; no emtanto, acho que é uma simples norma dum princípio, pelo menos de ordem...

O Sr. Adelino Mendes: - Peço desculpa a S. Exa.

O Sr. Presidente: - Peço ao Sr. Deputado Adelino Mendes a fineza de não interromper o orador. Se S. Exa. deseja falar, o melhor é pedir a palavra.

O Orador: - Aproveitando a ocasião para responder ao Sr. Deputado Adelino Mendes, tenho a dizer que as autoridades que estavam no Pôrto na ocasião em que foi morto o Dr. Sidónio Pais são as que ainda hoje lá estão.

O Sr. Adelino Mendes: - Já foram demitidas.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): - Apoiado.

Trocam-se vários apartes.

O Orador: - Peço aos meus ilustres colegas desta Câmara, por intermédio de V. Exa., Sr. Presidente, que quando me