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Sessão de 10 de Janeiro de 1919 7

grada, que apresentaram falsos superavit.

O Sr. Presidente: - Peço novamente a V. Exa. a fineza de restringir as suas considerações, porque há ainda outros oradores inscritos.

O Orador: - Visto que V. Exa. e a Câmara não querem que essas cousas sejam aqui ditas, ou limito-me a preguntar ao Sr. Presidente do Ministério se é verdade, como S. Exa. ontem disse no Senado, estar errada a nota da dívida flutuante desde 1916.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Tamagnini Barbosa): - Pedi a palavra para responder às preguntas do Sr. Deputado Camilo Castelo Branco, que se referem a alterações da ordem pública, porque ao Sr. Carvalho da Silva responderá o Sr. Ministro das Finanças.

Disse o Sr. Camilo Castelo Branco que eu tinha agora adoptado como lema República e Pátria, em vez de Pátria e República, que eu sempre segui. E S. Exa. foi o primeiro a reconhecer que na solução do conflito eu não pus a República acima da Pátria.

O que eu disse não significa que eu ponha em primeiro lugar a minha qualidade de republicano para depois cuidar da de português.

Depois das declarações do Sr. D. Manuel de Bragança, aqui repetidas pelo leader da minoria monárquica, Sr. Aires de Ornelas, de que não era o momento próprio para se tratar da mudança de instituições, eu não posso também esquecer o que me incumbe: Pátria primeiro e regime depois.

Respondida à primeira parte, pregunto quais os crimes praticados na Régua e quem são os criminosos, pois ignoro-o.

S. Exa., que diz que houve crimes praticados na Régua, decerto os conhece e não terá dúvida em declarar quais êles são.

Eu devo dizer o seguinte:

Tenho informações, que já tornei públicas no Senado, que alguma cousa de anormal se passou em Vila Rial antes de se conhecerem no país os resultados do entendimento ou plataforma que se estabeleceu para o acordo entre as juntas militares e o Govêrno o devo dizer a V. Exa., Sr. Presidente, que o que sei é apenas através de informações transmitidas por estações que não são de Vila Rial.

Sei também que alguns funcionários que transmitiram estas, informações não merecem inteira confiança.

Não houve autoridades destituídas, pois todas ôlas declararam que só deviam obediência ao Govêrno.

As fôrças não se concentraram para marchar contra o Pôrto, porque o Govêrno não quereria as responsabilidades duma guerra civil. Mas o que o Govêrno não podia, quaisquer que fossem as circunstâncias, era ficar numa- atitude que pudesse ser tomada como cobardia. Não se compreenderia que, se alguém disparasse contra êle, êle não mandasse disparar.

Sr. Presidente: o que sucedeu foi que fôrças marcharam contra as fôrças reunidas na Régua.

Apartes.

Segundo várias informações, não houve colisão alguma. O que houve foi adesão às juntas militares duma parte e o desejo de só obedecer às ordens do Govêrno da outra parte.

O comandante da divisão de Vila Rial declarou que pedia a sua demissão e foi-lhe ordenado que fizesse a entrega, do comando ao oficial mais graduado da sua divisão.

Êsse comando foi entregue, dando-se fôrça às autoridades.

Não tenho informações até a data de que fôrças procedessem contra Vila Rial.

O que se passou foi antes de se tornar conhecida a resolução do conflito.

Portanto, Sr. Presidente, tudo isto deve ser levado à conta de conflitos travados ainda por se supor que a situação era a mesma que antes do solucionado o conflito. Porventura criaturas mais briosas, criaturas que com mais relutância tivessem de fazer a sua adesão às juntas militares, quisessem reagir contra as juntas; daí o choque das duas fôrças. Se estas conhecessem que o Govêrno estava constituído, que as juntas estavam dissolvidas, que tudo se havia resolvido de acordo, eu estou convencido que fôsse quem fôsse que estivesse a comandar tropas ou