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Sessão de 10 de Janeiro de 1919 5

queiram interromper o façam pedindo-me licença. (Apoiados). Apartes.

O Orador: - Continuando nas considerações que estava fazendo, eu tenho a dizer que várias fôrças que estavam na Régua destituíram as autoridades republicanas ali colocadas pelo Govêrno da República na Vila da Régua e Vila Rial. Tenho informações imprecisas, mas o Sr. Presidente do Ministério dará informações precisas à Câmara sôbre o facto de terem ainda essas mesmas fôrças necessidade de ir a Vila Rial e aí, depois de oito horas de canhoneio, restabeleceram a ordem, repondo no seu lugar as autoridades que tinham sido destituídas.

Pergunto pois ao Sr. Presidente do Ministério quais são as medidas que vai tomar contra êsses perturbadores da ordem pública, contra êsses indivíduos que se atreveram a destituir as autoridades, sendo necessário que ilustres oficiais do exército, aqui alcunhados de desordeiros, fossem a Vila Rial restabelecer a ordem.

Aproveito a ocasião para, por intermédio de V. Exa., Sr. Presidente, preguntar ao Sr. Presidente do Ministério a significação duma frase aqui pronunciada e em que S. Exa. resume o seu programa quando se quere referir à pacificação da família portuguesa.

É uma frase como outras que têm sido aqui pronunciadas; mas eu pregunto se a pacificação da família portuguesa é permitir que todos os crimes praticados em Portugal, que são conhecidos, fiquem e continuem impunes. Pregunto se S. Exa. entende por essa pacificação: as autoridades de Vila Rial não saberem cumprir os seus deveres e abandonarem os seus lugares, e fôrças militares praticarem actos de opressão sôbre essa população sendo necessário que outras fôrças restabelecessem a ordem.

Quando S. Exa. tratava de organizar o actual Ministério que apresentou à Câmara houve pessoas ponderadas, chamadas para ser ouvidas, que lhe mostraram que era patriótico recolher os conselhos e aproveitar as indicações sobretudo as do exército.

Só o Sr. Castro Lopes com os assomos da sua- indomável bravura natural entendeu o contrário.

É preciso que o Sr. Presidente do ministério reflita.

O Sr. Adelino Mendes: - Sr. Presidente, o ilustre orador está falando há mais de 10 minutos, e, por consequência, infringindo o Regimento.

O Sr. Presidente: - Peço a V. Exa. que restrinja as suas considerações. Há vários oradores inscritos.

O Orador: - Eu não sei se já passaram os 10 minutos que o Regimento me concede, mas nesse tempo está incluído aquele que o Sr. Adelino Mendes falou. S. Exa. falou tanto e por tantas vezes. (Apoiados).

De resto eu devo dizer que além do Regimento havia normas nesta casa que davam margem a falar-se em assuntos de interêsse, sem se estar a contar o tempo.

O Sr. Adelino Mendes: - V. Exa. consulta a Câmara, e eu serei um dos que aprovarei para V. Exa. continuar a falar.

O Orador: - Não tenho de consultar a Câmara, pois vou terminar, não preciso falar muito para dizer bastante, para dizer tudo o que desejo. O Sr. Adelino Mendes fica com o resto do tempo, com toda a sessão, com todo o dia para falar à vontade.

O Sr. Presidente: - O Sr. Carvalho da Silva pediu a palavra para o seguinte negócio urgente:

Foi lido na Mesa o seguinte requerimento:

Requerimento

Tendo o Sr. Presidente do Ministério declarado ontem no Senado que não podia por agora publicar-se uma nota com o estado da dívida flutuante porque se tinha descoberto que essa nota estava errada desde 1916, tendo esta declaração a maior gravidade, requeiro a V. Exa. se digno consultar a Câmara sôbre se, como assunto urgente, posso tratar dêste caso na sessão de hoje. - O Deputado, Artur Carvalho da Silva.

O Sr. Presidente: - Está aprovada a urgência.