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Sessão de 5 de Dezembro de 1919 5

pedido a palavra para versar o mesmo assunto que o Sr. João Salema queria tratar em negócio urgente: a exportação dos barbados americanos. Hoje, só desejo reforçar as considerações feitas por aquele meu ilustre colega.

Trata-se efectivamente dum caso delicado. O vinho atingiu um preço assustador, e se porventura o Govêrno consente na exportação do barbado americano, êste faltará nas regiões que o necessitam, o que provocará ainda uma maior alta nos preços dos vinhos, pois não se fazendo o plantio,. diminuirá sensivelmente a produção.

Peço, portanto, ao Sr. Ministro da Justiça a especial fineza de junto do seu respectivo colega tomar as medidas que o caso requere.

O orador não reviu.

O Sr. Vergilio Costa: - Sr. Presidente: desejaria bastante que o assunto de que me Arou ocupar fôsse ouvido pelo Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, mas como é difícil visionar S. Exa. antes da ordem do dia, peço a qualquer dos Srs. Ministros presentes a fineza de transmitir a S. Exa. as considerações que vou fazer.

A quando da discussão do Ministério dos Abastecimentos, tive ocasião de me referir a êste assunto: rede de comunicações. Há necessidade urgente e inadiável de se olhar atentamente para a nossa rede de comunicações, quer acelerada, quer ordinária, e para o estado de adiantamento em que se encontram alguns caminhos de ferro em construção.

Vou referir-me, especialmente, aos caminhos de ferro de Estremoz a Portalegre e de Vila Viçosa a Elvas.

Há perto de dois anos que as terraplenagens e obras de arte estão concluídas numa extensão de 25 quilómetros, isto é, desde Estremoz até 5 quilómetros adiante de Sousel. Falta, simplesmente, agora, o assentamento da via. Não me consta, porêm, se a encomenda já foi ou não feita. Sei que antes da guerra êsse assunto foi tratado, e se a encomenda se fez certamente que caducou devido à guerra. Mas até agora não me consta, que se tivesse feito nova encomenda.

Nós temos carris que não são empreliados em outros caminhos do ferro em construção, como acontece no caminho de ferro de Évora a Reguengos. Pediu-se, em tempos, que alguns quilómetros de carris, que não se empregam por não estarem concluídas as terraplenagens e obras de arte, fossem transferidas para o caminho de ferro de Estremoz a Portalegre, mas êsse pedido não foi satisfeito. Consta-me agora que êsses carris vão ser transferidos para a linha do Sado. Ora, tendo nós 25 quilómetros, e em breve mais 10, de obras de arte e terraplanagens concluídas, não compreendo que não se tenham atendido os pedidos que insistentemente têm sido feitos ao Ministério do Comércio e Comunicações.

Trata-se duma região importantíssima, que se encontra absolutamente desprovida de comunicações. As estradas estão um horror e os caminhos de ferro estão como V. Exa. e a Câmara sabem.

Urge que êsse assentamento comece, se não já, pelo menos no comêço da Primavera. Até a data não me consta que a encomenda tivesse sido feita; mas, havendo noutros caminhos de ferro carris que não são empregados por falta de trabalho, e sendo o assentamento dessa linha tam urgente, não se compreendo que êles sejam transferidos para a linha do Sado em manifesto detrimento da linha de Estremoz a Portalegre, que continua à espera, que os poderes públicos se interessem de vez pela sua sorte.

Sôbre o caminho de ferro de Vila Viçosa a Elvas assentou-se ultimamente em se proceder ao estudo da sua directriz, mas até agora nada se fez, de forma que a grande aspiração dos povos que a reclamam não tem sido satisfeita.

V. Exas. calculara, decerto, as imensas vantagens que adviriam para os caminhos de ferro do Estado da construção da linha de Vila Viçosa a Elvas, sem que sejam necessárias largas divagações sôbre o assunto, pelo que me limito, por agora, a chamar para êle a atenção do Govêrno.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo Orador, quando restituir, revistas, as notas taguigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Rocha e Cunha (Ministro da Marinha): - Simplesmente para declarar que transmitirei ao Sr. Ministro do Comércio as considerações que. o Sr. Virgílio Costa