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6 Diário da Câmara dos Deputados

mas tambêm no de todos os Deputados dêsse, círculo, que envide os seus esfôrços no sentido de que a construção dessa linha se conclua o mais breve possível...

Desejo chamar tambêm a atenção de S. Exa. para o estado deplorável em que se encontra a estrada n.° 79, de Cacilhas a Cezimbra,, que, sendo a mais concorrida do distrito de Lisboa, se acha de tal forma abandonada, que no próximo, inverno, se não se efectuarem as necessárias reparações, finará completamente intransitável, finando cortadas as comunicações entre a capital e a vila do Cezimbra, o mais importante centro piscatório do país.

Peço ainda a S. Exa. que atente para a situação da cala da Moita do Ribatejo, que está quási por completo assoreada, necessitando de urgentes dragagens e de construção duma comporta.

S. Exa. sabe que a Moita pode considerar se a horta de Lisboa, pela quantidade de abastecimentos dessa natureza que lhe fornece, e para os quais não são suficiente; os transportes por via terrestre. Encontrando-se a cala como actualmente, o acesso fluvial à vila é bastante1 difícil, sendo incalculáveis os transtornos e prejuízos que daí resultam. É certo que o Sr. Ministro do Comércio já concedeu a verba do 2 contos para a realização de obras naquela ria, mas a verdade é que tal verba é absolutamente insuficiente, pois que apenas daria para uma dragagem a braços e para algumas semanas, o que representaria trabalho perdido e dinheiro deitado ao mar.

Para êste assunto eu chamo tambêm a atenção do Govêrno, certo de que êle providenciará no sentido de se acautelarem os interêsses dos povos dessa região, que, pelo seu espírito trabalhador, bem merecem do país e da República.

Tenho dito.

O Sr. Ernesto Navarro (Ministro do Comércio): - Ouvi com toda a atenção as considerações que acaba de fazer o Sr. Joaquim Brandão, e, em resposta, devo dizer que, relativamente à linha do Barreiro a Cacilhas, se essa obra se não encontra já realizada é simplesmente por falta das pontes, do cuja construção está encarregada uma casa estrangeira.

Sôbre a estrada n.° 79, devo declarar que o Govêrno já tem conhecimento da estado em que ela se encontra, e que, logo que possa obter o número de camiões necessários, se iniciarão as devidas reparações.

Quanto às considerações que S. Exa. fez acêrca da cala da Moita, informo o ilustre Deputado de que a verba de 2 contos, destinada aos melhoramentos a introduzir nessa cala, foi dada em conformidade com os pedidos feitos. No emtanto, se realmente se provar, que ela é insignificante, eu não tenho dúvida em aumentá-la.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Tenho a honra de comunicar à Câmara que o Sr. Mesquita Carvalho, a quem transmiti as expressões manifestadas nesta casa do Parlamento, no sentido de S. Exa. desistir do pedido de renúncia do lugar de vice-presidente, para que tinha sido eleito, resolveu efectivamente aceitar êsse cargo.

O Sr. Mesquita Carvalho: - Sr. Presidente: tendo-me V. Exa. comunicado o que os havia passado nesta Câmara acêrca do meu pedido de renúncia ao lugar da vice-presidência, cumpro gostosamente o dever de agradecer aos Srs. Deputados que usaram da palavra em nome dos respectivos partidos as palavras amáveis e as deferências lisongeiras que me fizeram.

Entendi que, nas circunstâncias especiais que tinham revestido a minha eleição, não tinha a autoridade moral indispensável, única que se pode invocar para ocupar êsse lugar, e que era do meu dever, por isso mesmo, deixar à Câmara inteira liberdade para resolver como melhor entendesse.

As declarações feitas, porêm, pelos diversos representantes dos partidos convencem-me daquilo de que eu já estava convencido, isto é, de que não houvera qualquer intenção de agravo pessoal, mas sim um justificável incidente eleitoral.

Em vista dessas declarações, eu julgo-me agora revestido da autoridade moral de que carecia e aceito o cargo, certo de que a Câmara verá no meu futuro procedimento a sequência do meu procedimento