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Diário da Câmara dos Deputados

Devo declarar a V. Ex.a que oficial de marinha que soa e sentindo 'bem o que foi essa jornada gloriosa de Monsanto, em que os meus camaradas inscreveram uma brilhantíssima página na história da maiinha portuguesa; e julgando esta questão aberta, sem política de espécie alguma— nessas condições, voto incondicionalmente o projecto de lei do Sr. Nó-brega de Quintal, para que seja considerado feriado oficial, desde hoje em diante, o dia 24 de Janeiro. (Apoiados).

Sr. Presidente: faço esta declaração em meu nome pessoal, o como oficial de marinha que muito mo prezo de ser. (Apoiados}.

Tenho dito.

O orador não reviu.

]!JO Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidente: tendo eu há pouco tomado a Iniciativa de prestar a devida homenagem aos heróicos assaltantes de Monsanto, aos bravos defensores da República, a que se associou o Sr. Nóbrega Quintal, e considerando como os oradores antecedentes, esta questão absolutamente aberta, não podia deixar de falar sobre o projecto em discussão, declarando qne o aprovo tal coino foi apresentado pelo seu autor. O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior e interino das Colónias (Sá Cardoso): — Sr. Presidente: não tive a honra de assistir à gloriosa jornada de Monsanto porque nesse dia ainda estava preso, em Eivas, e quando cheguei a Lisboa estava tudo terminado. Não pude contribuir, portanto, com o meu esforço para a reimplantação da República em Portugal.

Restou-me apenas, ao chegar aqui, abraçar os companheiros que se haviam batido pela República e nesse abraço, dado com toda a alma e de todo o meu coração, eu tive de envolver não só os populares que se bateram em Monsanto, mas também as forças do exército de terra e mar que lá foram, embora dispersas, e que acompanharam os populares para a reimplantação da República em Portugal.

Evidentemente que o exército ordenadamente não podia ter ido bater-se em Monsanto porque esse estava da banda

de lá. Aqueles, porém, que tinham a República dentro do peito, negaram-se a ir para Monsanto com as forças infiéis; e foram combater pela defesa da República ao lado dos populares.

Agora, aqui neste lugar, julgo interpretar as palavras proferidas há pouco pelo Sr. Ramada Curto, corno sendo também significativas do que ele quereria abranger na homenagem prestada aos populares, às forças dispersas do exército de terra e mar e da guarda fiscal, que se bateram tambôm pela defesa da República.

Sr. Presidente: vejo que a Câmara se divide sobre a forma como se deverá comemorar o dia 24 de Janeiro. Ao Governo é indiferente a forma de comeniorá--lo, visto que se sente bem que essa data há-de ser solenizada com brilho e entusiasmo por'todos os portugueses. Assim o Governo aceita qualquer resolução que a Câmara entenda que deve tomar.

O Sr. Júlio Martins : — O argumento apresentado pelo Sr. Barbosa de Magalhães é de que se torna necessário trabalhar. Precisamos saber se querem ou não trabalhar.

O Orador: — Não tenho de pronunciar--me sobre isso. A questão foi considerada aberta e, portanto, o Governo aceita qualquer indicação da Câmara.

O Governo entende que a data de 24 de Janeiro deve ser glorificada e há de sê-lo. Mesmo que o Parlamento nada resolvesse sobre o assunto, o Governo, dentro das suas atribuições, faria o possível para dar brilho a esse dia.

Nada mais.

Votou-se o projecto na generalidade e entrou-se na discussão da especialidade.

Leu-se o artigo 1.°

O Sr. Barbosa de Magalhães: — Em conformidade com as minhas declarações de há ponco envio para a M^sa um aditamento ao artigo 1.°

Leu-se na Mesa e foi admitido, entrando em discussão.

O Sr. Presidente:—Vai votar-se ó artigo 1.°