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de 5 de Janeiro de 1920

os republicanos a mais digna, pois evitou que a restauração monárquica que estava no norte alastrasse para o sul. (Apoiados).

Sr. Presidente: a jornada de Monsanto foi feita por todos os republicanos sem distinção de partidos.

É preciso que nós prestemos homenagem a todos que lá se bateram, como Miguel de Abreu, por exemplo, que sempre tem honrado o nome que herdou. (Apoiados}.

Sr. Presidente : a homenagem que a Câmara presta àqueles que se bateram contra a monarquia é justa e deve ficar sempre na história como uma página luminosa e brilhante.

É certo, porém, que por virtude de haver muitas datas revolucionárias, nós temos desacreditado os feriados da Repú-blíca.

Reconheço e confesso que a jornada de Monsanto justificaria belamente um feriado nacional permanente ; ó forçoso reconhecer isso, por que foi uma jornada em que os republicanos de todos os partidos se uniram num heróico esforço para de-fendor a República.

Mas não se pode em todo o caso esquecer que ò feriado nacional está inteiramente desacreditado pelas numerosas lutas revolucionárias do calendário republicano.

Como tendência do Parlamento e como tendência da acção governativa, devemos praticar todos os actos e pronunciar todas as palavras no sentido de fazer com-• preender ao país que é necessário trabalhar.

No espírito do público a multiplicidade de feriados da República, tem causado sempre uma péssima impressão ; e agora mais um feriado da República agravaria ainda essa impressão.

A minoria liberal, concorda, como não podia deixar de concordar, que se celebre o aniversário da jornada de Monsanto por forma que convenha à dignidade da República e aos serviços prestados por aqueles republicanos qu-« entraram nessa jornada gloriosa.

Não era necessário que houvesse mesmo feriado nacional para se prestar essa homenagem por parte do Governo, por parte do Parlamento e por parte do povo republicano.

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Outros actos notáveis na história republicana, actos de insurreição dentro do período dezembrista, como foi o movimento de Coimbra, como foi o movimento de J^vora e como foi o de Santarém, foram celebrados pelo Governo, pelo Parlamento e pelo povo republicano, sem necessidade de que se decretassem mais feriados nacionais.

Seria pois, de desejar0que. a iniciativa para a festa nacional do dia 24 deste mês, partisse, não do ilustro Sr. Nóbrega Quintal, embora com autoridade para o fazer, mas do próprio Governo, visto que é ao Governo que compete essa iniciativa de honrar os que se batem pela República.

E estou convencido, Sr. Presidente, de que o Governo não deixará de prestar toda a sua colaboração à comemoração dessa data histórica.

Mas as razões que alegou o Sr. Barbosa de Magalhães, em favor da sua emenda, essas mesmas razões as alego eu para que se não decrete mesmo o dia feriado neste ano, porque lógico é que se decrete como feriado nacional o dia 24 de Janeiro para sempre, ou que se não decrete, deixando-se apenas ficar essa incumbência, ou iniciativa, da festa nacional, ao Governo, ao Parlamento e ao povo republicano. • ,

E exactamente por que ó essa a solução lógica, nós temos necessariamente de votar contra a proposta do Sr. Nóbrega Quintal pelas razões expostas pelo Sr. Barbosa de Magalhães o votando contra a própria proposta deste Sr. Deputado.

Se nós não temos o direito de obrigar por meio dum feriado nacional a paralisação do trabalho para o ano, não temos o direito de obrigar a paralisação do trabalho para este ano.

Assim a minoria liberal, votando contra essas propostas, declara no emtanto que intervirá por todas as formas, quer pelos seus homens, quer pelos seus centros ou instituições, para a justa comemoração dessa data, como dignificação dos combatentes. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.