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Sessão de 5 de Jamiro de lf'26

coada e quási totalmente perdida. Não há, pois, muitas datas a comemorar na história-da Eepública, não! Há, sim, movimentos como o de 12 de Outubro, o de Santarém em que o coração republicano bateu fortemente, mas foram movimentos vencidos e para comemoração de derrotas lá temos a primeira que as simboliza. :A hora do Monsanto é, ao contrário, uma hora do glória. (Apoiados). A data de 24 de Janeiro é aquela em que as Guardas Republicana e Fiscd se associaram ao povo na defesa das instituições republicanas (Muitos apoiados).

Se nós pretendemos destruir a pouco e pouco todos os símbolos, todas as datas, então comecemos por destruir as da proclamação da Kepública e a do 31 de Janeiro (Apoiados).

E verdadeiramente lamentável que exactamente no- momento em que deveríamos procurar levantar bem alto os destinos da República, a deixemos morrer pela nossa1 inércia, pela nossa indiferença, pelo nosso desamor. E tanto assim que ao propormos nesta casa de Parlamento dia feriado o da jornada de Monsanto, a maioria não hesita em invocar o seu amor ao trabalho, amor que nem sequer permitiu que fosse votado o orçamento Muitos apoiados).

O Sr. Carlos Olavo: —V. Ex.a tem tanta obrigação de trabalhar como eu.

O Orador:—Mas V. Ex.as impossibilitam-nos de trabalhar!

Aqui só pode haver duas opiniões lógicas: ou a opinião do Sr. António Gran-jo, ou a nossa. (Ajyoiados). Ou tudo ou nada! Queremos saber em que atitude a Câmara se coloca perante o país republicano: a maioria ou se recusa a consagrar o dia 24 de Janeiro em homenagem à pacificação da família portuguesa, ou vota comnosco essa consagração.

E reremos se a maioria tem a coragem de ligar o nome e a responsabilidade dos seus membros, à votação que vai realizar, aprovando a votação nominal, que ^7:amos pedir, a fim de se ficar sabendo quem aprova e quem rejeita. E apesar de poucos, nós cá estamos para fazer valer os nossos direitos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

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O Sr. Sá Pereira : — Sr. Presidente: quando se iniciou a discussão deste pró-jacto de lei, não tencionava usar da palavra. Debatido depois, por vários oradores, que falaram sobre o assunto, e brilhantemente, eu entendi ainda não ser precisa a minha humilde intervenção, para que nos anais parlamentares constasse que eu usara da palavra sobre o assunto. Mas, sustentou S. Ex.a o Sr. Barbosa de Magalhães, em nome deste lado da Câmara, a teoria do que o projecto devia ser votado cem a emenda de que esse dia 24 de Janeiro devia, apenas, ser consagrado oficialmente neste ano. E das bancadas do Partido Republicano Popular tem-se sustentado a doutrina de que o dia 24 de Janeiro deve ser consagrado em todo o sempre.

Foi esta divergência de opinião que me levou a usar da palavra.

De resto, não é esta uma questão propriamente política; não a reconheço como tal, e nessas condições eu entendo que a questão deve ser aberta para todos os lados da Camará. (Apoiadas).

Sr. Presidente: eu estou uni pouco em desacordo com o meu amigo Sr. Barbosa de Magalhães. Efectivamente, eu entendo que o dia 24 de Janeiro, deve ser de afirmação peremptória dos nossos sentimentos republicanos (Apoiados) e que todos temos obrigação nesse dia de homenagear os heróicos filhos do povo que se bateram denodadamente na defesa do regime republicano, afirmando, para sempre, que a monarquia é -de todo incompatível com os sentimentos do povo português. (Apoia-dos). Dessa forma, devemos votar que esse dia seja de feriado nacional. Vejo isso, de resto, no finimo de quási toda a Câmara; vibra o mesmo patriotismo de todos os lados desta casa do Parlamento ; e, portanto, só direi mais que Osse dia de 24 de Janeiro não será de descanso, mas de consagração à República, afirmando todos nós, junto do sen busto, a nossa vontade de trabalhar para sua defesa e dignificação.

Tenho dito.

O orador não reviu.