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Sessão de 22 de Janeiro de 1920

resolver de qualquer forma a situação dos oficiais milicianos; entendemos que precisam acabar-se as excessivas representações militares no estrangeiro, porque um país em paz não pode ter uma infinidade de representantes militares custando somas fabulosas. Pela pasta das Finanças entendemos que há muito a fazer e eu poderia dizer que a crise começou talvez a iniciar-se no dia em que, com todo o desassombro e verdade, o Sr. Cunha Liai, apresentou as ideas do Partido Popular.

No Ministério da Agricultura há também muito a fazer; não se pode realizar tudo de repente mas alguma cousa se pode fazer para se conseguir o barateamento da vida; há questões de simples solução e que basta uma simples penada da parte do Ministro para as meter na ordem ; e há outras mais difíceis, mais avançadas que só um Ministério homogéneo, com audácia e com coragem, um Ministério retinta e apaixonadamente propulsor da transformação deste pais, será capaz de realizar.

Todavia, pelo facto de não estarmos no Governo não deixaremos de seguir com atenção a obra de saneamento do mesmo Ministério, porque, já que andamos constantemente a gritar ao povo que se cometeram crimes e. ladroeiras, esse saneamento há-de ir para diante. Desde o mais simples empregado até o Ministro prevaricador: cadeia! (Apoiados).

O Grupo Parlamentar Popular declarou que entraria na colaboração desse Governo, se as pastas da Guerra, Finanças e Agricultura, lhe fOssem dadas.

Era uma exigência? Não sei!

Se era uma exigência, oxalá quo todos os partidos políticos tenham exigências em Portugal! (Apoiados).

; Se era uma exigência, que todos tenham destas exigências! Essa exigência exprimia ideas, concertava pensamentos, obrigava a responsabilidades, e a nossa queda seria estrondosa se as tomássemos até final l

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Posta assim a questão ao Sr. Correia Barreto, não me tornei a avistar com S. Ex.a

Mais tarde, chamado pelo Sr. Domingos Pereira com quem realizei uma conferência, fui convidado por S. Ex.a a colaborar no Ministério que procurava organizar. Nessa altura o Sr. Domingos Pereira não representava, para mim, o amigo, o meu antigo Presidente de Ministério ou unia pessoa das minhas mais estreitas relações, mas simplesmente o Presidente da Câmara dos Deputados, e nestas circunstâncias eu não podia deixar de fazer, como fiz, idênticas declarações às que tinha feito ,ao Sr. Correia Barreto, Presidente do Senado: o grupo parlamentar popular está pronto a entrar no Ministério a organizar, desde que lhe sejam'concedido s os meios indispensáveis à realização da parto mínima do seu programa que é já do domínio público. Evidentemente, não podia colocar-me em presença do Sr. Domingos Pereira numa posição diferente daquela em que me colocara perante o Sr. Correia Barreto.

Mas não, as minhas condições não podiam ser aceitas.

Assim, pois, exposta sucintamente a orientação do mou partido, nós aguardamos a constituição do Gabinete Domingos Pereira.

S. Ex.a acentua na sua declar.ação ministerial os esforços empregados para que todas as correntes políticas se fizessem representar no seu Ministério. O país ouviu, porém, as suas declarações e ouviu também as minhas: o país que julgue.

Está organizado, neste momento, um Governo em que entram elementos dos dois maiores Partidos da República, com a colaboração do Partido Socialista, numa união que só não ó sagrada, parece, pelo menos, absolutamente harmónica. Mas, com toda a sinceridade o digo, a sua declaração ministerial é uma declaração anodina, vaga, descolorida.