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Setsão de 27 de Janeiro de 1020

c categoria dos porteiros da sala e chefes de contínuos das duas casas do Parlamento.

O Sr. Nuno Simões (sobre o modo de votar):—Na declaração ministerial,1 que ainda não acabou de ser discutida, declara-se, pela pasta das Finanças, que é necessário comprimir as despesas. Nestas condições, eu entendo que a Câmara não deve discutir quaisquer projectos que tragam aumento de despesa sem que esteja presente o Sr. Ministro das Finanças.

O orador não reviu.

O Sr. Orlando Marcai: — Concordo com a opinião espendida pelo Sr. Nuno Simões.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — <_. p='p' nestas='nestas' desiste='desiste' y.='y.' ex.a='ex.a' do='do' condições='condições' requerimento='requerimento'>

O Sr. Orlando Marcai: — Não senhor. Peço a V. Ex.a para que consulte a Câmara sobre se consente que o parecer entre em discussão quando esteja presente o Sr. Ministro.

O orador não reviu i

Consultada a Câmara, foi aprovado.

O Si1. Nuno Simões:—Pedi a palavra para fazer algumas considerações que demandam a atenção do Governo. Como, porém, não esteja presente nenhum membro1 do Ministério, peço a V. Ex.a se digne transmiti-las ao Sr. Ministro do lute-

Vou referir-me ao caso conhecido nos jornais pelo caso do «Campo de San-t'Ana» ou «Mártires da Pátria», que representa um exemplo deplorável, que de maneira alguma pode passar despercebido à Câmara.

Deste caso resultou que foi assassinado um honrado trabalhador e foram feridos dois agentes da ordem. E se não í ora o homem resoluto qne conseguiu denunciar o cúmplice do caso das cscadi-nhas de S. Crispim, em que uma explosão duma bomba vitimou o seu próprio manipulador, mais desgraças, porventura, teríamos de lamentar.

Há em Portugal o lastimável costume de confundir o sindicalismo, sistema de

doutrinas políticas ou agregado dos seus adeptos com uma organização de indesejáveis, inimigos do trabalho, da ordem e da autoridade que, depois de largamente cadastrados nos registos policiais, se acolhem a uma filiação de política extremista, para mascararem os seus atentados perversos com o pseudónimo protector de crimes sociais.

Dessa confusão tem resultado para as class-es proletárias e suas organizações um desprestígio de que são elas as menos culpadas.

Esse desprestígio evidente acentua-se quando, corno agora, se alcunha do sindicalista quem por sua índole e atitudes não define aspirações, nem doutrina, nem tática do sindicalismo e contra a autoridade e contra os que a exercem ou a ela se acolhem atenta, som qualquer finalidade justificativa e apenas com a ferocidade instintiva de fazer mal.

Não serei eu, Sr. Presidente, que tenho pelas classes trabalhadoras do meu país a melhor simpatia e que por alguns dos dirigentes das suas organizações e sindicatos mantenho ato vivo aprôço intelectual, quem insista nesse erro.

Certo estou de que nenhum sentimento de solidariedade por parte delas terá de estremecer às minhas palavras, porque nenhuma solidariedade podem ter com casos como o das escadinhas de S Crispim e do Campo dos Mártires da Pátria, trabalhadores

E apesar do pertencer, como o-Sr. Ministro do Interior, ao qne a minoria socialista chama um partido burjiuCs, certo estou tambôm de que à condenação formal e repulsa pelos crimes a que aludo, a própria mini-ria socialista se associa, tam convicta como eu está de que a autoridade e a ordem são caracteres essenciais do toda a construção e, especialmente, do construção política duradoura.