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Diário d» Câmara dos Deputado*

tem-a, o muita, como têm os auto» feitos na Boa Hora on em qualquer tribunal,

As causas estão-bem ciaras. A comissão, e com ela parece que toda a Câmara, concordam em que se dê toda a solidariedade aos funcionários que desrespeitaram o representante do Partido Popular.

Pois bem. O representante do Partido Popular não continuará lá, nem podia continuai' depois do que se passou.

Considero-me, por consequência, exonerado da comissão de inquérito.

O discurso será publicado fia integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquif/ráficas 'que lhe foram enviadas.

O Sr, Presidente:—Vai entrar-se na . ordem do dia. Os Srs. Deputados qne tiverem papéis a mandat para a Mesa, podem fazê-lo.

ORDEM DO DIA

Continuação do debate político

O Sr. Presidente:—Vai prosseguir o debate político. Tem a palavra o Sr. João Gonçalves.

O Sr. João Gonçalves: — Ouvi com toda a atenção o programa ministerial do actuai Governo.

Foi omisso, porém, esse prognima na parto respeitante ao Ministério da Agricultura e ao Ministério das Colónias.

Estão já preenchidas essas faltas, e eu pregimto ao Sr. Presidente do Ministério se ó oportuno expor neste momento qual o respectivo programa das duas pastas referidas.

Aguardo a resposta, do Sr. Presidente -do Ministério para continuar as minhas considerações.

O Sr. Presidente do Ministério « Ministro do Interior (Domingos Pereira): — Sr. Presidente: se bem entendi, a pre-gunta de S. Ex.a é se o Governo acha conveniente a apresentação, neste momento, do programa ministerial das pastas da Agricultura e das Colónias.

Tenho a responder precisamente às preguntas de S. Ex.a: os Ministros das Colónias e da Agricultura oportunamente apresentarão à Câmara o seu 'programa.

O Orador: —Sinto bastante que a resposta do Sr. Presidente do Ministério não me tenha satisfeito.

Esperava .que S. Ex»a fosse mais explícito sobre esse ponto, porque a situação ó tam tremenda, sem pretender carregá-la com tintas negras, que há necessidade de que todos saibamos a orientação das diversas pastas. E os homens que assumem aquele lugar devem ter a responsabilidade dos seus actos.

O País de^e saber qual é esse programa, e exige uma intensa acção económica e financeira neste momento.

Sr. Presidonte: antes de entrar no capítulo das minhas considerações, direi a V. Ex.a que me abstenho, como Deputado extra-partidário. de apreciar a forma como. a crise se deu, quais os episódios que a envolveram. Mas não me desinteresso de saber, para bem do País, qual o passado, qual o prestígio é qual 9. autoridade do Governo que se apresentou à Câmara para exigir do País os sã-

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Sr. Presidonte: se houvesse lógica, e a lógica está há muito tempo desviada de nós, apesar do Sr. Domingos Pereira ter muitas qualidades que o impõem a todas as pessoas de bem, pelo seu fino trato e inteligência, S. Ex.a não subiria, novamente ao poder. Os erros políticos pagam-se caros, e bastava que S. Ex.a tivesse no seu passado político aquela obra de fraqueza dos decretos de Maio, que é conhecida de nós todos., para que S. Ex.a estivesse arredado de constituir Ministério neste momento.

Não tem autoridade pára exigir sacrifícios ao País quem não soube administrar' os seus bens.

Ninguém nestas condições o pode exigir sem ter no seu passado uma administração irrepreensível.

A nossa situação agrava-se de dia para dia, porque não há confiança na ordem pública, nem nos homens que nos administram.