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dê 27 de Janeiro

contas a junta revolucionária também era Governo e que, portanto, lhe obedeceria.

Esteve comandando a divisão durante quatro meses. Depois saiu muito a bem, ficando numa comissão- em Lisboa.

Foi, pois, iludida a boa fé do ST. Sá Cardoso, quando lhe disseram quo o Sr. general Mendonça e Matos tinha recusado obediência a ordens da junta.

Já que estamos a. falar do edezem-brismo», porque o Sr. general comandante da guarda republicana é dezem-brista, desejo chamar a atenção da Camará— e desde já declaro que não recebi procuração para defender o «dezem-brismo» ou os seus homens -— para uma frase proferida pelo Sr. Sá Cardoso e a que ligo toda. a importância.

Disse S. Ex.^ que achava bem que a guarda republicana não consentisse que ninguém, com. justiça ou seui ela, apodado de dezeinbrista, fizesse parte do Governo, visto que isso dava uma garantia, de espírito republicano.

Devo declarar que não contava ser convidado para entrar no Governo; falo, por conseguinte, sem a menor sombra de despeito, A guarda republicana pode estar sossegada por mini, escusa de ter receio porque não aceito pasta alguma.

Não posso deixar de frisar a injustiça profunda que representa o afirmar-se duma forma geral que todos aqueles que tiveram qualquer simpatia ou deram qualquer apoio aos dezembristas não merecem a confiança da República.

Trato unicamente do meu caso pessoal e desejaria saber se mereço, ou não, confiança.

Tenho ouvido fazer aqui repetidas vezes a apologia do feito de Monsanto. Está bom. Agradaram mosiao imenso ao meu coração as festas que se fizeram. O que, porém, mo revolta ó a ingratidão que se está fazendo.

4 Apesar do ter servido na situação dezembriflta níio merecerei eu confiança da República?

O Sr. Vasco de Vasconcelos: — Já nesta Câmara se fez exclusão do nome de S. Ex.a

O Orador: — O quo exijo ó um bocado de justiça e de gratidão.

Digam V. Ex.as o que quiserem, sam

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a verdade é esta: o povo salvou a República em Monsanto, mas se o Governo de que eu fazia parte — ou antes, porque ponho o caso pessoalmente,—nós tivéssemos hesitado 10 minutos, poderia o povo ir lá no dia seguinte que nada fazia. Para se conseguir o que se conseguiu foi preciso muito boa vontade.

Já alguém nesta casa do Parlamento declarou que nesse Governo ninguém tinha tido vontade nem inteligência para salvar a República e protesto indignado contra, semelhante frase.

O Sr. Cunha Liai:—V. Ex.a dá-me licença ?

Não quero abuãar da paciência da Câmara, mas pregunto se as afirmações que V. Ex.a fez, indicam ou não claramente o seguinte: que outras pessoas há a quem mais competia tomarem essas disposições, mas não as tomaram. (Apoiados).

O Orador: — Sr. Presidente: eu já aqui expliquei que não estava fazendo a apologia nem defesa do «dezembrismo», mas desejava saber se nesta Câmara o no País sou considerado traidor ou se posso andar de cabeça direita dizendo que fiz mais do que. devia para defender a República.

Apontem-me alguma cousa que possa ser tomada como perigosa à estabilidade da República.

Poderia citar alguns republicanos que só mereceram de mini protecção e decidido apoio.

Fiz mais do que devia, repito, resolvendo-se dificuldades internas e externas, que tambôm as houve. (Apoiados).

Se ainda hoje em Portugal há República foi preciso muito esforço, fazendo niais do que era lícito exigir, mas desejava uma República, nEo de ficção, mas de justiça.

Uma voz: —Tom V. Ex.a razão.

O Orador: — É que ninguém só levantou nesta casa para . . .