O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 27 de Janeiro de 1920

movimento de reacção contra e ditadura sidonista, e por elementos q"e apoiaram o dezembrismo, embora tivessem combatido o presidencialismo sidonista, como os centristas. Agrupados num único partido, todos nós somos igualmente republicanos. Não lia entre os liberais eleitos e réprobos. Todos igualmente estamos dispostos a dar à República a nossa parte de sacrifício e de esforço.

Nestas condições, sobre o Partido Republicano Liberal, constituído, na sua maior parte, por elementos que combateram o sidonismo e que entenderam ter chegado a hora de se unirem todos os esforços sinceros para a salvação da Pátria e da República, pesa a excomunhão inibitória do Governo.

Não foi apenas o Sr. Cunha Liai que encontrou a sua estrada do Damasco, conforme a frase que Lhe dirigiu no comício do Coliseu o Sr. Álvaro de Castro. O que aconteceu com o Sr. Cunha Liai aconteceu com muitos outros,

E veja V. Ex.a a irrisão do destino e a contradição dos factos.

E precisamente um homem, como o general Mendonça e Matos, que pactuou com a situação deze,mbr\sta} conforme no-lo acabou de demonstrar o Sr. Malheiro Rei-mao, que vem dizer a um Governo de que fazia parte eu, que assinei a' proclamação de Santarém, e o Sr. José Bar-.bosa, que esteve preso às ordens do sidonismo, que a guarda republicana precisava da saber se esse Governo era constituído por bons o autênticos republicanos . ..

E é a isto que em certa imprensa republicana se chama o heróico procedimento do general Sr. Mendonça e Matos! Eu creio — e ou não diga palavras que não sejam ditadas por um sentimento sincero — eu creio que o Sr. general Mendonça o Matos interpretou o sentimento de muitos oficiais o sargentos da guarda republicana que foram perseguidos na situação desembrista, pagando com a "cadeia e com o- exílio o amor à República.

Acredito na, sinceridade dos sentimentos republicanos do Sr. Mendonça e Matos. Acredito mesmo quo S. Ex.a pensasse que bem servia a República.

19

Mas entendanio-nós. Acabemos duma vez com a doutrina de que os dezembris-tas que vêm para nós são limpos de mácula e que os dezembristas que vão para os outros são condenados a penas perpétuas. (Mi(itos apoiados).

E quanto ao papel desempenhado pelo Sr. Mendonça e Matos, vou pôr-lhe o ponto final com a leitura duma carta do Sr. Barros Queiroz, que este ilustre homem público me escreveu, para eu fazer dela o use que entendesse.

Eis a carta:

a Lisboa, 24 de Janeiro de 1920.

Ex.mo Sr. Dr. António Granjo, meu muito prosado amigo.— O Sr. Sá Cardoso, meu velho e querido amigo, a cujo carácter tenho prestado e continuo prestando as minhas homenagens, respondendo ontem na Câmara a V. Ex.a, evidentemente por não conhecer completamonte o que se passou e às razões determinantes do meu proceder, afirmou quo eu chamei o Sr. general Mendonça e Matos para lhe preguntar se a guarda estava disposta a prestar incondicional apoio ao Governo da minha presidência, para concluir que eu pratiquei um erro político e que o Sr. general respondeu aquilo que devia responder.

A conferência que tive com o Sr. general comandante da guarda não foi para pedir apoio; foi para inquirir do estada de disciplina do corpo.

Não foi um erro-, foi uma necessidade.

A resposta de S. Ex.a foi a lógica dos factos ; mas não foi a resposta que era legítimo esperar do comandante dum corpo de segurança pública, cuja missão consiste em manter a ordem pública, assegurar o livre exercício dos poderes legalmente constituídos, e quo em todos os casos deve obediência ao Poder Executivo, quando esto tiver sido constituído nos termos da Constituição.

A propósito convêm dizer, porque é a expressão da verdade, que S. Ex,a me falou com absoluta franqueza e lialdado.