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não pública estava excitada e de que se preparava qualquer cousa para o dia ime-diato, e desde logo se dirigiu para o Ministério do Interior, dando as ordens precisas para ficarem de prevenção todas as forças da guarnição».

Assim, o Sr. Sá Cardoso soube na noite de 14 ou j á na madrugada de 15 — S. Ex.a não sabe bem quando—que a situação era tam grave, assumia um tal carácter, que S. Ex.a se viu obrigado a dar o refém de prevenção a todas as forças da guarnição. É S. Ex.a quem. o diz. Pois bem. Eu, que era o Ministro do Interior que sucederia ao Sr. Sá Cardoso, não soube, senão agora, de tal tentativa de perturbação da ordem pública; e ainda n&o sei que natureza ou ^direcção tinha tal tentativa.

É ainda o Sr. Sá Cardoso quem apresenta à consideração da Câmara este outro facto importante:

«Soube, a seguir, que para as onze ho-•ras desse dia se projectava uma manifestação ao Sr. Presidente da República, ajj fira de pedir a S. Ex.a que não chamasse

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Liberal e antes solucionasse a crise com a constituição de um Ministério de Concentração Nacional. Cerca das.onze horas, foi informado de que essa manifestação tinha um carácter de imposição ao Chefe do Estado».

É o Sr. Sá Cardoso que nos revela que uma projectada manifestação tinha wni carácter de imposição ao Chefe do Estado.

«j E que providências adoptou o Sr. Sá Cardoso perante um facto dessa gravidade, o Sr. Sá Cardoso, que na "véspera, ou na madrugada desse dia, tinha dado ordem de prevenção a todas as forças da guarnição ?

Procedeu o Sr. Sá Cardoso, como nô-lo confessa, da seguinte maneira:

«Tratou, por conseguinte, por meios suasórios indirectos, de dissuadir as pessoas que estavam metidas na manifestação, tendo para esse fim encarregado um oficial da polícia, o Sr. capitão Tavares. Efectivamente, este oficial acercou-se dos manifestantes, e, segundo as instruções que lhe tinha dado, conseguiu demover os manifestantes, e, realmente, a manifestação não se fez».

Diário da Câmara dos Deputados

Perante uma manifestação com carácter impositivo ao Chefe do Estado, o Sr. Sá Cardoso limitou-se a empregar «meios suasórios indirectos».

Há ainda outro facto trazido à Câmara, espontaneamente, pelo Sr. Sá Cardoso, e para o qual chamo a atenção da Câmara.

Os mesmos manifestantes reuniram-se no Terreiro do Paço e mandaram uma delegação para se entender com S. Ex.a Pelas próprias palavras de S. Ex.a:

«Recebeu-a à pressa, de chapéu na mão. Preguntou aos indivíduos que compunham a delegação o que queriam.

— Que vinham ali protestar contra a organização de um Ministório Liberal: que estavam resolvidos a tudo, para impedir que o Governo • Liberal fosse ao poder.

Ouvi-os com toda a benevolência, fazendo-lhe depois uni pequeno discurso para lhes mostrar a sem razão do seu acto».

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que estavam resolvidos a tudo, para impedir que o Governo Liberal fosse ao poder, S. Ex.a responde-lhes com um «pequeno discurso». E a tanto se limitam, ainda desta vez, as suas providências.

S. Ex.a não ouviu, com certeza, visto que a isso se não referiu, o facto de os manifestantes soltarem morras ao Partido Liberal, morras aos sidònistas, morras aos traidores à Pátria.

Sidònistas e traidores à Pátria eram José Barbosa, que esteve preso durante o sidonismo, Mendes dos Reis, que foi condecorado "pelo actual Ministro da Guerra por combater os monárquicos, Jorge Nunes, que demitiu os oficiais que foram para Monsanto.

Eu, realmente,, não fui preso. Sou da opinião do Sr. Álvaro de Castro: quem se meto em revoluções, tem o dever de se furtar à prisão que, as mais das vezes, não é -senão um pretexto cómodo de fugir a responsabilidudes. Não vai isto com sobrescrito para ninguém.