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Sessão de 27 de Janeiro de 1620

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força da sua situação como Ministro para as resolver a bem para a colónia e a bem para o País.

E vasta e complexa a missão de S. Ex.a naquelo lugar, se é que cm vários sentidos e sob alguns aspectos ela não é, porventura, meticulosa. O olhar que, como patriota, por vezes lanço para essas férteis e ricas regiões que possuímos na África do Sul, deixam-me entrever no futuro, ainda que pálida e veladamente, um pávido ponto de interrogação que por certo S. Ex.a, na diplomacia da sua alta e afanosa missão, saberá transformar, para alegria de todos os portugueses, num brilhante ponto de admiração. .

Sr. Presidente: quis com estas minhas desataviadas, mas sinceras frases, tam simplesmente apresentar as minhas homenagens, o meu respeito e consideração a um ilustre filho das colónias que agora ocupa as cadeiras do poder, desempenhando o cargo do Ministro das Colónias. Estou certo de que os meus patrícios, Srs. Henrique de Vasconcelos e Senador Augusto Vera Cruz, hão-de certamente apoiar o meu dizer, tomando como boas estas minhas palavras.

E, quando, como agora, vejo os pre-. conceitos do talen,to, do mérito e da rectidão do carácter sobrepujarem e anteporem-se aos mesquinhos e anacrónicos preconceitos da casta e da raça, então sinto que a igualdade não é uma palavra vã dentro da República Portuguesa, e então, sim, crente nos futuros destinos da nossa Pátria, tenho vontade de gritar com o máximo entusiasmo: Viva a Pátria, viva a República!

Tenho dito.

O Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente: apesar de recear que mais uma vez os órgãos da imprensa digam que nesta Câmara se arrastam as discussões, eu não poderia, ainda quando outro motivo não tivesse, deixar de usar da palavra, visto que foram feitas referencias ao dezem-brismo, em que a minha pessoa foi directamente visada por parto do Sr. Eduardo de Souáa, o se estabeleceram comparações que quero repelir formalmente.

Sr. Presidente: há dezembristas e de-zombristas, e, entre todos eles, eu não admito que se estabeleça, de longe sequer, comparação.

Desde que esta Câmara esteve aberta, no tempo do dezembrismo, lá estive eu no Parlamento e lá estiveram os Deputados de então, com que agora se pretende estabelecer paralelo.

Não passou em julgado uma única afronta ao espírito republicano da minha terra. Não passou em julgado uma única perseguição e um único assalto aos jornais ou ao Grémio Lusitano sem o meu protesto mais violento.

j £ Quando eu protestava, com essa energia de que a minha alma e as minhas palavras podiam demonstrar, onde estavam os protestos desses que agora se preíen-dem pôr em paralelo comigo ?! ^ <_ com='com' que='que' de='de' estavam='estavam' _..terminava='_..terminava' paralelo='paralelo' houve='houve' calor='calor' se='se' daqueles='daqueles' onde='onde' parlamento='parlamento' sessão='sessão' tal='tal' regular='regular' _='_' primeira='primeira' protestos='protestos' os='os' e='e' veemênciae='veemênciae' em='em' eduardo='eduardo' protestando='protestando' sr.='sr.' pôr='pôr' sousa='sousa' p='p' neste='neste' pretendem='pretendem' as='as' minhas='minhas' na='na' considerações='considerações' correligionários='correligionários' eu-='eu-' agora='agora'>

O Sr. Afonso de Melo: — Certamente que S. Ex.a se não quero referir a mim. i Eu também protestei no Senado!

O Orador:—Das poucas vozes sinceras que aqui se fizeram ouvir, uma foi a minha.

Certo dia disse eu ao Sr. Tagmanini Barbosa:—aO senhor quere fazer uma obra de crime, obrigando os republicanos que são verdadeiros republicanos a irem para a cadeia ou a seguirem o caminho da fronteira».

Veio mais tarde afrontar-se a coragem e a energia daqueles homens que tinham feito a participação de Portugal na guerra. Não ouvi outros protestos que não fossem os meus. E deixem-me ler tarn-bôm, para evitar futuras comparações, as palavras que então proferi. Talvez dos homens que não pactuaram com o dezfíin-brismo não houvesse meia dúzia que afrontasse nina Câmara inteira, desacompanhado da opinião pública.

Veja-se o que eu disso então.

Se eu quisesse, sessão por sessão, descrever a minha acção parlamentar no período do dezembrismOj mostrava à saciedade que nunca se passou umaoviolôncia contra republicanos que não tivesse o meu mais solene protesto.