O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Seiêão de '27 de Janeiro de 1920

tante serem as pessoas por mim convidadas para Ministros, yelhos e autênticos republicanos, sem nenhuma responsabilidade, e até algumas uítimas dos últimos acontecimentos, eu não podia, nem queria sujeitar à sanção fosse de quem fôise a escolha dessas pessoas, visto que nos termos "da Constituição, essa função pertence, exclusivamente ao Sr. presidente da República, e como se só dispusesse incondicionalmente da força pública para a manutenção da ordem e para a defesa do Governo e das Instituições me prestaria a organizar Ministério, o que se não verificava, era forçado a depor nas mãos do Sr. Presidente da República o encargo com que S. Ex.a me honrara.

Foram estas, em resumo, as declarações que fiz ao Sr. general comandante da guarda, depois de ouvir de S. Ex.a as estranhas reservas que apontei, e S. Ex.a terminou por dizer: que lamentava que a exigência da absoluta incondicionalidade de obediência da guarda, que não pedia garantir, originasse a renúncia da formação do Ministério da minha presidência, com homens escolhidos por mim.

Confesso-lhe, meu caro Granjo, que da entrevista com S. Ex.a fiquei com a impressão do que o meu nome era mal recebido pela guarda, impressão que desapareceu com as liais e honestas explicações com que S. Ex.a me honrou posteriormente.

Afirma-se, e por várias vias essa afirmação chegou até mim, que a. guarda está absolutamente disciplinada, pronta a acatar, como lhe cumpre, os Governos nomeados pelo Sr. Presidente da Rep blica, e que as reservas feitas pelo seu ilustre comandante eram apenas a exteriorização da ardente fé republicana dos seus oficiais.

Sinto um a gr ande alegria com esse facto, porque ele me dá a esperança de que neste país ainda pode haver ordem e tranquilidade para se poder trabalhar, e ó de muito trabalho que o País precisa, mas em faço dos acontecimentos que impediram o Ministério Fernandes Costa de tomar posse, das versões que corriam, acerca da guarda, das informações que eu tinha e das reservas do.Sr. comandante da guarda, eu não possso deixar de dar a essas reservas a importância que elas tinham e que só os factos futuros podem destruir completamente.

21

Entendi que não devia tornar públicas as declarações produzidas pelo Sr. general comandante da guarda e por mim na já célebre entrevista, mas desde que o meu amigo, Sr. Sá Cardoso, com a responsabilidade de ex-Presidente do Ministério, desceu a certas minudências no discurso que ontem pronunciou na Câmara, julgo-me desobrigado da reserva que a mim mesmo tinha imposto, e, por isso, pode o, meu caro Granjo fazer desta carta o uso que quiser.

Creia na mais alta consideração e estima do que é amigo, correligionário e obrigado. — Tomé de Sarros Queiroz».

Vozes : — Está tudo explicado! Não ó preciso comentários!

O Orador:—Como comentário único, tenho a dizer a V. Ex.as que, antes de trazer a esta Câmara a presente carta, a li previamente ao Sr. Sá Cardoso, a quem preguntei se a passagem referente às palavras por S. Ex.a pronunciadas perante alguns membros do Gabinete Fernandes Costa, em Belém, diante do Sr. Presidente da República, eram a expressão da verdade.

S. Ex.a respondeu-me que tinham sido sensivelmente as que constam da carta.

Verifica-se, pois — e não ó demais repeti-lo— que o Sr. Sá Cardoso, Presidente do anterior Ministério e Ministro do Interior, declarou, na presença dalguns membros do Ministério Fernandes Costa, que o Sr. Barros Queiroz não estava seguro de ser obedecido pela força pública, pois tinha dado ordens para que se evitassem determinadas manifestações e elas não tinham sido cumpridas.

Para liquidar, por minha parte e por parte do Partido Liberal, inteiramente a questão, tenho de me ocupar da atitude do Ministério Sá Cardoso em face dos acontecimentos.

Quero apenas declinar factos, que são por si mesmo suficientemente eloquentes para cada um poder tirar as conclusões.

Começarei por apontar os factos trazidos à discussão pelo Sr. Sá Cardoso. Continuarei a valer-mo do discurso do Sr. Sá Cardoso reproduzido na Manhã.

Disse-nos o Sr. Sá Cardoso: