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Diário da Câmara do$ Deputado*

O Orador: —Não tenho razão nenhuma para dizer^mal dos oficiais. Têm-se dado promoções, as mais altas distinções a oficiais que serviram as juntas contra o Governo. Outros se recusaram a cumprir ordens que se davam para defesa do regime.

Outros fugiram, e foram recompensados.

Esta é que é a verdade, e podia citar nomes.

O Sr. Lúcio de Azevedo: berem-se os nomes.

•Era bom sa-

0 Orador: — Não estou aqui para delatar os meus camaradas;

O que não quero é que se esteja aqui a dar recompensas a uns e a outros a considorá-los traidores. Cumpriram o seu dever muitos dos que ainda estão esquecidos.

Ainda houvo um que foi chamado ao Ministério para assumir nm dos mais altos cargos c se recusou, pedindo escusa, e pediu que lhe dissessem qual seria a maneira de arranjar um pretexto para se desculpar de lá ter ido será se comprometer.

^ Querem. V. Ex.as sabor cpmo se procede com justiça?

Fui alvo de perseguições e medidas de .carácter violentas, empregadas eontua mim pelo Sr. Norton de Matos, medidas sem precedentes na história militar, que me conste.

Essas medidas eram tomadas, não por eu ser desafecto ao Governo da Bepública, mas sim por só ser desafecto ao Governo partidário de então.

Passou-se tempo;

Tendo sido alvo do uma medida injusta, não recusei o meu testemunho de como era lima pessoa que tinha merecido essa recompensa pela sua acção no Governo, aparte actos com que não concordo, e servi-lhe de abonador, deixem-me empregar» este termo.

t E agora apenas desejo uma cousa: é ficar com a honra de ser um dos exem-

plos de injustiça e ingratidão com que a República trata os que a servem.

Tenho, dito.

O orador foi muito cumprimentado.

Os apartes incluídos no discurso não foram revistos pelos oradores que os produziram.

O Sr. António Gr anjo: — Sr. Presidente: O debate tem-se alongado excessivamente e eu compreendo que o Governo queira ver definida a sua situação perante o Parlamento. Mas V. Ex.as devem compreender que, tendo feito o Sr. Sá Cardoso declaração ...

O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo} : -r- O Sr. Sá Cardoso encarregou-me de dizer que por motivo de doença, que o obriga a estar de cama, não pode comparecer à sessão de hoje.

O Orador: — Agradeço a atenção de V. Ex.a e a do Sr. SÁ Cardoso. As minha» considerações não exigem a comparência de S. Ex,a

Em face das declarações do Sr. Sá Cardoso ou sou obrigado, não por mim, que nada represento, mas em nome do meu partido, que ó uma.força da República, a ocupar por algum tempo a aten-çíto de V. Ex.a e da Câmara.

Este debate deve decorrer com a maior serenidade, porque não será pela violência de frase ou pela provocação a explicações pessoais, que a Câmara poderá fazer um juízo seguro da situação e dos motivos que. determinaram a queda do gabinete Fernandes Costa e o insucesso, por parte do Sr. Barros Queiroz, na formação do seu governo.

Assentemos previamente os princípios. :A força armada é excessivamente obediente : não tem de discutir ordens — cumpre-as; não tem de intervir na formação dos governos— acata-os; não tem. de intervir na orientação dos partidos — respeita-os.