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Diârío da Câmara dos

do ST. general Mendonça e Matos, visto que representava uma condicionalidade. Queria que a Guarda Republicana estivesse ao lado da qualquer governo, e jamais aceitaria em submeter os nomes dos seus Ministros à sanção da Guarda Repu-blicana. Por consequência, desde que lhe não era garantida a incondieionalidadfc da guarda, declinaria o encargo de formar o çiinistério por só reconhecer ao Sr. Presidente da República o direito de o no meai-».

Sr. Presidente: seria preciso que as palavras tivessem perdido o seu sentido, para se não concluir que era a G-uarda Republicana que havia de averiguar da verdade e autenticidade do republicanismo dos ministros, e que, portanto, nomeava, de tacto, os ministros.

Os acontecimentos demonstram que para a guarda republicana, e para certos políticos, os manifestantes que puseram em scena o espectáculo do Terreiro do Paço ó que constituem o povo republicano.

Se a guarda condicionava o seu dever do obediência ao facto do o povo, com ou som razíio, apodar os Ministros de conivência com as perseguições feitas aos republicanos durante o dezembrismo, bastaria que duas ou três centenas de pessoas interessadas na continuac-ãy duma situação governativa promovessem uma manifestação tumultuosa, com algumas invectivas que envolvessem injúrias e algumas ameaças que envolvessem calúnia, para que a guarda interviesse contra os homens que eram alvo, mesmo sem razão, dessas invectivas e dessas ameaças.

Sou o primeiro a dizer que, embora seja esta a conclusão necessária e lógica das declarações do Sr. Sá Cardoso, eu me recuso a acreditar em tal enormidade.

Sr. Presidente: ergamos os corações ao alto. Libertem o*iiõs do sentimento ruim, do ódio e do^ desejo ainda mais ruim da revindita, para atentarmos apenas nos in--terêsses da República e no bem do país.

Aquele que faz da política uma cultura de raivas, um campo em que a hostilidade é a única baliza, nSo ó digno do nome de republicano.

Aproveito a ocasião para dar o meu apoio ás palavras, um pouco veementes, mas justificadas, proferidas pelo .Sr. Ma-

lheiro Reimão, quando preguntou se ele também, que fora Ministro na situação dezembrista, mas que dera à defesa da República todo o seu esforço, estava fora da vida republicana.

Alguns dias antes do movimento de Santarém o Sr. Malheiro Reiraão colocou à disposição do comité revolucionário, de que fazia parte o Sr. Álvaro de Castro, a sua pasta, se isso fosse necessário, para salvação da República. Mas não foi apenas S. Ex.a qne procedeu desta maneira. Muitos dos homens que fizeram parte do dezembrismo tomaram igual atitude.

Há dentro do dezembrismo homens que por tal forma se comprometeram nas- perseguições feitas aos republicanos, que poderão considerar-se perdidos par.a a República. Mas o anátema não pode cair sobre a cabeça de todos. Há homens públicos que, tendo apoiado a situação de-zembrista, manifestaram sempre os seus seiitmHjiiíos republicanos, e se opuseram no Parlamento o na imprensa à ditadura de Sidónio Pais.

/.Então Csses homens tom de ser atirados à margem, como gafados políticos, e nuo terão tanto direito como nós 'a prestar o concurso dos seus talentos e das suas virtudes à República?

«jQue homens tam mesquinhos e pequeninos somos nós que parece arrecear-mo-nos da concorrência, dentro da legalidade republicana, das aptidões e -das competências daqueles que sempre se demonstraram republicanos, embora tives-.sem praticado erros, como todos nós os temos praticado? <_.Que que='que' de='de' mesquinhos='mesquinhos' envolta='envolta' duma='duma' manter='manter' nós='nós' sangue='sangue' pequeninos='pequeninos' para='para' recordações='recordações' apenas='apenas' ódio='ódio' negativo='negativo' prestígio='prestígio' _='_' dezembrismo='dezembrismo' palavra='palavra' tam='tam' homens='homens' e='e' em='em' inutilizamos='inutilizamos' o='o' p='p' somos='somos'>

Se estivesse presente o Sr. Sá Cardoso, eu teria chamado a atenção de S. Ex.â, como chamo a atenção da Câmara, para as consequências que traria à Pátria e à República uma tal doutrina.