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Diário da Câmara do» Deputados

em que funcionam em Lisboa as consultas nas farmácias, com maior movimento.

O encerramento a essa hora traz grandes dificuldades, motivo que me força a chamar a atenção de V. Ex.a para este assunto. Espero confiadamente que V. Ex.a modifique este estado de cousas, i

O Sr. Ministro do Trabalho (Ramada Curto): — A disposição do horário de trabalho que regula o assunto é a seguinte:

«Art. 12.° As fíirmácias funcionam depois das dezanove horas nos dias em que estiverem de serviço permanente».

Nestas condições apenas há um remédio eficaz ao inconveniente apresentado por V. Ex.a e consiste ele em aumentar o número de farmácias que estão de serviço permanente.

O Sr. Francisco José Pereira (interrompendo):— Essa medida não se pode tornar extensiva a todas as farmácias.

O Grauui;— Devo acrescentar oue Ho serviço por turnos se tem abusado a ponto r de se tornar difícil a sua fiscalização.- E bom que V. Ex.a considere sobre isto: o regulamento das horas de trabalho está há seis meses em vigor, a título de experiência; entendo, pois, que antes desse prazo decorrido o.não posso modificar.

O Sr. Velhinho Correia: — Ontem pedi a palavra para me referir às conferências extraordinárias e sensacionais que o Diário de Noticias ultimamente tem realizado.

A última teve lugar na Academia das Sciências por uma conhecida individualidade.

Sr. Presidente: teve grande retumbân-cia essa conferência, teve grande eco a matéria nela exposta.

Como o iltisl/e conferente se referiu ao Parlamento, eu, pela p^irte que me toca, desejo produzir algumas afirmações, segundo o meu modo de pensar, sobre a matéria versada, e repelindo as insinuações ali produzidas.

Aproveito para o fazer os poucos minutos que o Regimento da Câmara me

permite, antes de se entrar na ordem do dia.

Afirmou S. Ex.a ao País, e neste ponto não fez mais do que a repetição de certa campanha, que o problema financeiro em Portugal se resolve com a compressão das despesas.

Sr. Presidente: os capitalistas estão, evidentemente, organizando-se para resistir, com toda a sua força, ao equilíbrio necessário e imediato de novos aumentos de receitas (Apoiados), ao recurso de ir buscar dinheiro onde o houver (Apoiados). Esta campanha ó feita sob aspectos vários, mas existe (Apoiados). Que se reduzam as despesas do Estado ! disse o conferente. E isto, dito por um homem da elite intelectual de S. Ex.a, tem uma certa importância.

Sr. Presidente: protesto contra esta doutrina da compressão das despesas' (Apoiados). Disse S. Ex.a que as despesas triplicaram, e lançou isto aos quatro ventos.

Perimiam-me quo discorde- Em todos os países as despesas triplicaram, quadruplicaram, sexíuplicaram. Lá ibra o problema é resolvido criando receitas. O exemplo da Inglaterra, em geral, "sorve para as discussões de ânimo leve, mas eu tive ocasião de ver que a administração inglesa, sob esse ponto de vista, deixa, muito a desejar e tem muitas lacunas e defeitos. É, todavia verdade que a Inglaterra tem procurado resolver o problema financeiro criando novas receitas.

Salientou-se, como exemplo da nossa iná administração, o facto de terem sido aumentados os subsídios dos membros do Poder Legislativo.

Sobre tal ponto limito-me a dizer que o magro subsídio dos Deputados é apenas suficiente para garantir a independência do Parlamento.