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Sessão de 11 de Março de 1920

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Manifesto também o meu desejo de ver o Governo trazer à Câmara quaisquer propostas tendentes ã resolver o problema dos incultos, dos pousios demorados e dos latifúndios. É um problema importante. No concelho de Mértola lia um inculta com 40:000 hectares. É uni crime de lesa-pátria deixar uma tam grande extensão de terreno em completo abandono.

Com o fim de concorrer, tanto quanto posso, para o desaparecimento destes males, tenho apresentado alguns projectos à Câmara. Esses projectos, porém, foram para as comissões e nelas estão dormindo o sono dos justos. O prémio que se dá a quem apresenta trabalho nesta Câmara ó o poder constatar semelhante facto.

Mas não tenho eu a vaidade de ver os meus projectos discutidos. Satisfar-me há, portanto, ver que o Governo por sua parto procura resolver tam importantes 'problemas.

Estou certo do que S. Ex.as os Srs. Ministros da Agricultura e do Comércio, que são dois autênticos republicanos e grandes -patriotas, não descurarão o pedido que faço.

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo):—Sendo a primeira vez que, na.posição de Ministro, falo nesta Câmara, a V. Ex.a e a ela dirijo os meus cumprimentos.

Ao Sr. José Monteiro respondo que ouvi com toda a atenção as considerações que S. Ex.a bordou o que sinto bem a importância dôssos assuntos.

Conheço bem o que ó a viação no distrito de Boja, como em todo o Alentejo.

E de facto o Alentejo a província-que ©m peores condições se encontra, relativamente a estradas.

•Não é, porém, de um momento para outro que o assunto se "resolvo.

c Não se resolverá mesmo pelo processo até agora seguido de consignar verbas irrisórias para a construção e conservação de estradas.

O problema tem de ser encarado mais altamente, com vontade de o resolver.

E preciso fazer muitos milhares de estradas.

1 Deverá mesmo ser essa construção do estradas o início da nossa grande obra de fomento.

Podo V. Es.* estar corto de que se este Governo se demorar nas cadeiras do poder não deixará de tratar esses problemas.

O P1'. Presidente:—A próxima sessão ó amanhã, 12, à hora regimental, com a mesma ordem do dia que estava dada para hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 4ò minutos.-

Documentos mandados para a Mesa durante a sessão '

Declaração

t

Em atenção às circunstâncias graves da hora presente, o Grupo Parlamentar Popular, apesar de não confiar na acção económica e financeira do actual Governo, declara em todo o caso que votará o adiamento do Parlamento por prazo nunca superior a um mês, atitude que tomaria para com qualquer outro Governo.

Sala das Sessões, 11 de Março de 1920.—• Pelo Grupo Parlamentar Popular, Cunha Liai.

Para a acta. Para a Secretaria.