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tes que já lhe conhecíamos do Senado da República. O ilustre Ministro da Justiça tem a certeza absoluta de que conta com a maioria desta casa do' Parlamento, e praticando todos aqueles pontos de vista que acaba de afirmar como sua orientação governativa, pode ter a certeza que todos os elementos desta Câmara hão de ver com desgosto a sua rápida passagem pelo Poder se fôss'e rialmente verdadeira a-afirmação que S. Ex.a produziu.

Homens de bem como S. Ex.a, de tam extraordinário talento, de tal dedicação e Maldade, só mer.ecem os nossos aplausos, e eu aproveito esto feliz ensejo que se me oferece para lhe dirigir as minhas saudações.

Tenho dito.

'Foi aprovada a urgência e dispensa do Regimento

O Sr. António Granjo : — Sr. Presidente: quando foi da apresentação do Ministério, como da declaração ministerial já constasse que o Governo desejava o adiamento das Câmaras desde logo declarei que o meu partido votaria contra o adiamento' por duas razões.

A primeira porque se tratava dum Governo partidário. Convencido eu estava, como estou, de que em. qualquer circunstância, em qualquer hora, por mais grave que seja, nunca um Governo partidário conseguirá abstrair-se da atmosfera em que vive, e não aproveitará a falta de fiscalização da Câmara em proveito do seu partido. Por melhores que sejam as intenções do Governo, por mais sinceros que sejam os seus propósitos de administrar independente e acima dos partidos, esses desejos, esses propósitos, nunca terão realização, porque a pressão exercida sobre o Governo pelo seu partido o impedirá sempre de pôr em execução esses bons desejos e esses bons propósitos,

A segunda razão estava, Sr, Presidente, em que precisando o Governo do Parlamento para a boa solução das questões emergentes da actual situação, paro-cia-ine indispensável para o Governo a colaboração efectiva do Parlamento em vez do seu adi&iflento.

Persisto, Sr. Presidente, nestas razões. Ainda a impressão que produziria na opinião pública o adiamento das sessões do Parlamento, como se não houvesse nele,

Diária da Câmara dos Deputados

por parte dos seus membros, o necessário patriotismo para pesarem as circunstâncias de momento e darem ao Governo aquelas medidas quet sejam necessárias para a manutenção da ordem pública, para o prestígio do nome nacional o para a solução das questões do dia, digo eu, essa impressão causada na opinião pública, só poderá ser desfavorável para as instituições republicanas e para a pró-prid, República.

E expressas as razões porque o Partido Republicano Liberal vota contra o adiamento, nada mais tenho a dizer.

O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar a V. • Ex.a o à Câmara que a minoria socialista não aprova o adiamento, nem, por conseguinte ,a proposta que lhe quere dar. lugar, porque desde o momento que o Governo tem um assunto importante a resolver, como é a greve do funcionalismo, assunto nue tem de ser resolvido no Parlamento, esse adiamento não se justifica, a não ser que se queira protelar a solução desse grave conflito para daqui a trinta dias, quo tantos são íinrm-les durante os quais o Parlamento vai deixar de funcionar. E compreende Y. Ex.a as perturbações de ordem económica e até política que desse facto podem advir para o País. (Apoiados).

De resto, eu estou convencido de que o Parlamento sendo composto por republicanos, homens que têm fó e que estão dispostos a" trabalhar para o- progresso do seu País, há de colaborar com o Governo em todas as medidas' que forem justas e sensatas.

Para que é, pois, preciso o adiamento? Única e exclusivamente para fazer política partidária, "para fazzer política contra o País, porque o País não pertence só a um- partido.

Por todas estas razões, Sr. Presidente, a minoria socialista não p ode votar o adiamento.

O Sr. Velhinho Correia : — Sr. Presidente : pedi a palavra para mandar para Mesa uma proposta.