O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14

designação de «alta traição». (Muitos apoiados),

O Sr. Nuno Simões: — Tinha pedido a palavra antes da ordem do dia para me referir ao debate ontem levantado pelo ilustre Deputado, Sr. António Granjo, e a om de cujos temas há muito tempo me reíerira nesta Câmara sem, todavia, poder prever, ao chamar para ele a atenção do Governo,, q no ele poderia vir a assumir a gravidade das declarações atribuídas à úpoca e que, como outras, o Sr. António Granjo classificou de muito criminosa, incluindo-as todas nos chamados delitos de alta traição*

O Sr. António Granjo tratou novamente do assunto em negócio urgente dando lugar a que eu tivesse agora de dizer algumas palavras sobre o caso. Quando interrompi com um «não apoiado» o discurso do Sr. António Granjo, S. Ex.a ripostou-me por maneira a parecer que eu

2«O tinha, vau vie\ -nar-n n f a-7 Ar ft JL mmhíl F"^~ — - "- — —

discordância da sua doutrina era caprichosa e infundada.

O Sr. António Granjo: — Eu afirmei duma maneira genérica que não.era preciso ser formado em direito, bastava o princípio de educação cívica das escolas primárias, para se saber que uma República não pode viver senão dentro da lei e pelo respeito da lei.

O Orador: — Se disse não apoiado ao Sr. António Granjo, fi-lo no momento em que S. Ex.3- afirmava que o facto de se praticar uma ilegalidade podia subverter a Eepública.

O Sr. António Granjo: — Isso nunca! E possível que. eu não me tivesse expressado bem no meio da grande barafunda que havia,

O que é facto é o seguinte:

As repúblicas ficam o os criminosos vão para as cadeias.

Uma voz: — Quando vão.

O Orador: — A verdade é que eu tinha pedido a palavra para explicações e afinal ó o Sr. António Granjo quem as dá!

E dá-as de maneira a justificar-me in-teiraaiéaíe. Fosse embora uma ilegalidade

Diário da Câmara dó» Deputado*

o que o Governo fez, com ele ficaria a responsabilidade de a haver praticado, sem de maneira nenhuma recair sobre a Eepública ou pôr em perigo o regime.

Mas o Sr. António Gr anjo classificou de alta traição a campanha contra a nossa independência ainda que feita sob a^eapa dum falso e elegíaco desânimo.

E tem razão.

Mas por isso mesmo eu repeliria nos termos exactos em que S. Ex.a -o fez nas suas últimas considerações de agora, a responsabilidade dos factos que se sucederam às suas declarações parlamentares de ontem. Quando alguém vem à Câmara chamar a atração do Governo pedindo providências sobre qualquer assunto e essas providências não São tomadas, ou são tomadas diferentes das que se reclamam se algaêin tem de ser censurado é o próprio Governo que Nnão cuida seriamente das questões.

E quando falo em Governo não me re=

miidade das funções do Executivo.

Sr. Presidente: no momento em que, há algnmas semanas, fazia nesta casa as minhas considerações acerca da campanha que se tinha levantado no país, vizinho' contra nós, tive ocasião de referir--me, sem acreditar nem deixar de acreditar nelas, às acusações de D. Manuel de Bragança relativamente à finalidade com qne essa campanha se tinha iniciado e se estava^ intensificando.

De todos os lados da Câmara eu ouvi apoiados que significavam não o aplauso ao Deputado que falava mas a concordância com as doutrinas que expendia], Deu--se então o caso de surtir efeit© o meu protesto,e com relação h Espanha o nome de Portugal' descansou por algum tempo tranquilamente.

Mal agora, porém, apareceu nm pretexto para se dizer qtie Portugal é um país intranqúilo, recomeçou criminosamente essa .campanha, e, easo curioso^ são exactamente os mesmos elementos actisa4os por D. Manuel, os que estão em foco neste momento.