O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

de l de Julho de 1920

esta é uma regido mineira, que lá há mui-to minério e em tal abundância que chega para carregar não sei quantos comboios, transportando não sei quantas toneladas, e até se fala em oito comboios por dia. Devo dizer que isto poderá ser certo, mas poderá ser também um u blague.

Só a Europa, farta já de explorações que om nada correspondem esquilo que se apregoou, é tam incrédula que vão lá buscar o minério é claro que me resta o direito de não acreditar nas maravilhosas abimdâncias desse minério em proporções tais que possam compensar os formidáveis encargos que da construção do caminho de ferro certamente adviriam.

Todavia, o aspecto mais interessante, para nós portugueses, é outro. Todos conhecem as ambições que recaem sobre Lourenço Marques o ainda sobre o Lo-bito. Quando se pensou na construção do caminho de ferro do Lobito, os nossos competidores viram logo o perigo que para eles representava tal empreendimento, porquanto todas as mercadorias vindas do Transvaal passariam naturalmente a ser enviadas para esse porto, visto ser esse o caminho de ferro mais curto e por consequência o preferido.

Num jornal de Joannesburgo, cuja tradução - eu tenho entre mãos, diz-se, entre outras cousas, que os caminhos de ferro que servem do prolongamento até à costa da grande espinha dorsal representada pelo caminho do ferro do Cabo ao Cairo, para nada 'servirão. Quere isto dizer, portanto, que os dois grandes portos da África do Sul são, em seu entender, os de Loa nda e do Lobito, o que p'enamente justifica o grande desejo de que Portugal os ceda a bem ou a mal.

Possuímos duas linhas que podem drenar os produtos da região de Catanga, da Rodésia e mesmo do Transval : é a linha de Ambaca e a do Lobito, visto que a primeira é mais curta que a de Benguela.

^0 que nos convém, pois, a nós portugueses? Um caminho de forro planeado apenas para servir os interesses do Sr. Roberto Williams, sem outro critério que não seja o de servir uma determinada empresa inglesa?

Esta questão é bastante complexa. O facto é que o caminho de ferro de Benguela iião tem por fim o desenvolvimento

dessa região. Existe um homem o Sr. Roberto Williams, cujo espírito de iniciativa eu, aliás, muito admiro, que pensou fazer da região de Catanga uma grande empresa mineira destinada a encher a Europa de cobre. Associou-se a essa em-prôsa o rei Leopoldo da Bélgica e tenho aqui os detalhes duma entrevista em que o Sr. Roberto Wiliams se queixa de que o Grovôrno belga estava faltando aos compromissos tomados pelo rei Leopoldo,

Mas os belgas, segundo o Sr. Williams, pensam lambem em fazer o seu caminho de ferro. Aqueles que têm acompanhado de perto esta questão e que se não limitam a ler os artigo do Diário de Notícias poderão verificar pelos mapas que aqui tenho quais os planos dos diferentes caminhos de forro.

Conhecendo eu esta região, principalmente entre Noqui e Leopoldville, e as dificuldades quási invencíveis que tornariam a construção desse caminho de ferro dificílima senão impossível, ao saber que o Sr. Williarns afirmara, na entrevista que tivera com o Ministro da Bélgica, que a construção do caminho de ferro de Benguela seria a morte da Tanganica, convenci-me de que estava em presença dum onorme bluff.

E preciso não esquecer que-o Sr. Roberto Williams está associado a uma em-prôsa que se chama Tanganica que por sua vez está encorporada na União Mineira.

Se o Estado não fiscaliza, verba por vorba, a aplicação do dinheiro, ôste desaparece por completo, improdutivamente. Emquanto eu não tivesse a certeza de que os sistemas do Estado são modificados, ou criava um organismo para vigiar a verba destinada a construção, ou não dava autorização. O que é que se pede? Autorização para emitir novas obrigações. Reparem como isto é complicado. Tem em carteira 019:980 libras de obrigações e pede para fazer nova emissão. Pre-gunto: porque não as colocam no mercado? porque não as emitem? Tanganica garantiu o juro das obrigações, quer e dizer, garantiu uma cousa quo tinha do pagar forçosamente, exigiu uma caução por aquilo que era compromisso seu.

O que se está é a jogar com a sorte

do caminho de ferro de Benguela. O ca-