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Diário da Câmara dos Deputados

os parlamentares que se 'ocuparain deste assunto.

Quero também abranger com as minhas saudações a imprensa que defendeu os nossos compatriotas, e entro essa imprensa e os seus jornalistas eu destacarei o Sr. Paulo Barreto, distinto homem de letras brasileiro, que defendeu com muito ;vnior e audácia a classe que injus-tificadamente foi agredida.

Envio as minhas saudações o lavro o mais veemente protesto pela agressão de quo foi vítima a classe dos pescadores portugueses.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquiyráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Plínio Silva: — Já nesta Câmara o Sr. Viriato da Fonseca se referiu ao raid Lisboa-Madeira, levado a efeito pelos Srs. Brito Pais e Beires.

E com prazer quo eu vou falar sobre este assunto, que parece não merecer da Câmara aquela atenção especial que devia merecer-lhe, porque de facto esse acontecimento tem uma importância extraordinária, e estou certo de que se a Câmara reflectir maduramente sobre a importância enorme desse raid prestará a sua homenagem a esses dois intrépidos oficiais.

A aviação tem para nós uma capital importância, e por isso a Câmara deve fazer a tal respeito afirmações de ordem que constituam um incentivo ao Poder Executivo.

Eu não podia ficar calado, visto que nesta Câmara, mais de uma vez, tenho manifestado o cuidado e carinho que me tem merecido o problema da aviação. Mas infelizmente foi contrariado esse raid pelas estações oficiais, e notícias correram de que à chegada dôsses oficiais a Lisboa eles seriam presos.

Creio que o Sr. Ministro da Guerra está ao facto do quo eu exponho.

E realmente para lastimar que quando indivíduos assim arriscam a sua existência, trocando o bem-estar da vida diária por tam arriscada empresa, os poderes superiores n&o facilitassem a esses oficiais os meios necessários para executarem o referido raid.

Em toda a parte se está procurando fixar a máxima atenção ao problema da

aviação, e não falo já sob o ponto de vista militar, mas para o serviço que ele pode prestar ao desenvolvimento de todo o País.

Ainda não há uma semana que a França prestou uma verdadeira homenagem aos seus aviadores, e o Estado até pensa em criar o ministério do ar.

Estou certo de que íoi devido ao facto de na Câmara se ter aberto o problema político, que ela não prestou a devida atenção às palavras do nosso colega Sr. Viriato da Fonseca, palavras que não tiveram a repercussão que deviam ter. (Apoiados).

Nesta ordem de ideas,.e porque tenho por hábito firmar sempre em documento as minhas palavras, quando elas se referem a questões capitais, e para não demorar mais que o tempo que o Regimento me concede, eu vou mandar para a Mesa uma moção, que especo a Câmara aprovará.

A moção será publicada quando for admitida à discussão.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ministro da Guerra (Helder Ki-beiro): — Sr. Presidente: não esperava ver tratada nesta casa do Parlamento por esta forma a questão do raid entre Lisboa e Madeira.

Na altura em que eu entrei na sala dizia o Sr. Plínio Silva que as estações oficiais não tinham prestado o auxílio a Gsses oficiais.

Eu devo declarar que o Ministro da Guerra, antes de pôr o despacho no requerimento, tinha de consultar os órgãos consultivos superiores, que presidem ao estudo da aeronáutica.

Entendi primeiro ouvir as estações oficiais que o Estado estabeleceu, como órgãos superiores de consultas sobre serviços da aeronáutica. Mas, ainda mesmo que fosse em desacordo com os pareceres dessas estações, o Ministro lançaria o seu despacho de não concordar.

Não se trata da haver da parte do Ministro o intuito de contrariar esse raid.

O Ministro só tinha que dar ordem para se ele efectuar ou não.