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Dtário da Câmara doe Deputados

s, no Ministério das Finanças não se saberá que a vida está cara em toda a • parte? Para este assunto eu chamo a atenção do Sr. Ministro. O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Alves Pc-drosa): —Devo dizer a Y. Ex.a que transmitirei ao Sr. Ministro das Finanças as considerações cio Sr. Deputado.

O Sr. Henrique de Vasconcelos:—Agradeço a Y. Ex.:1 e conto que Y. Ex.!l, em Conselho de Ministros, dará o seu voto a lavor da justiça, que assiste aos interessados.

O Sr. Barbosa de Magalhães: — Pedi a palavra a fim de chamar a atenção de V. Ex.a e da Câmara, para a situação verdadeiramente estranha em que se encontram os funcionários administrativos. Faço-o, não só de mótu-próprio, mas ainda porque há dois dias recebi um telegrama desses funcionários do distrito de Aveiro, em que me pediam que chamasse a atenção do Grovêrno para ôste assunto.

Esses funcionários, encontram-se ub»o-lutamente desprotegidos, porquanto, tendo sido aumentados os vencimentos aos funcionários civis, nada se fez a favor dos empregados das corporações administra-.tivas.

Pode dizer-se que esse aumento compete às Câmaras, mas é ao Congresso da República que cumpre resolver.

Parece-me de toda a oportunidade e justiça que o projecto venha para a discussão a fim de se melhorar, na medida do possível, a situação desses funcionários. Se se espera que as Câmaras façam semelhante obra, esses empregados ficarão sempre na miséria.

Note V. Ex.a que isto é tanto mais justo quanto é certo que o Estado já aumentou aos seus funcionários; e há funcionários administrativos que têm maior responsabilidade e maior categoria e recebem menos, representando isto uma flagrante desigualdade.

Peço, pois, à Comissão de Administração Pública que, com brevidade, dê o seu parecer, e à Câmara que o aprove porque pratica um acto de justiça.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas : — O assunto acerca do qual quero prender, por alguns ins-.tantes, a atenção da Câmara, tem um aspecto que se refere à pasta dos Estrangeiros e como não vejo o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros reservarei essa parte para quando S. Ex.a estiver presente.

Outra fase da questão é a que vou referir-me, apresentando conjuntamente uma proposta. Quero aludir à questão dos po-veiros, ao acto de extraordinária beleza que esses portugueses, quo são dos mais humildes na cultura, mas dos mais nobres de sentimento entre os de maior cultura moral. Portugueses que abandonaram os seus próprios interesses materiais para não abdicarem da sua qualidade de portugueses ! . " ~

Chega a maravilhar que, numa hora agitada da história, em que uma transformação social está no mais agudo período da sua marcha, em que liquidam e se desfazem as velhas normas, om que novas razões morais começam, na dolorosa experiência do empirismo humano, a fazer o seu aparecimento, chega a maravilhar, repito, que essa velha razão sentimental — o patriotismo—, ainda possa, no coração da gente humilde, ser fonte e estímulo tam grande e tam alto que leva essa gente a erguer-se para esculpir perante uma sociedade amorfa, uma atitude de coragem e de beleza que deve a esta hora confundir de vergonha todos esses falsos dirigentes que por aí têm andado a impedir o desenvolvimento da vitalidade portuguesa. (Apoiados).

E verdadeiramente bela a história dos poveiros a dentro da história de Portugal e constitui uma das suas mais gloriosas páginas.

Se a nossa história não fosse bela como é, bastava o acto praticado agora por essa gente, que se sujeita ao abandono e à miséria e que dá a todos os que em Portugal têm um resto de orgulho pela Pátria a quo pertencem, um exemplo bem edificante, para a sublimar.

Sr. Presidente: não é esta a primeira lição quo nos últimos dez anos de renascimento moral o povo dá às classes chamadas dirigentes.

No dia 5 de Outubro desertaram os co-

! mandantes e ficaram os comandados no

jilto da Avenida. Nas primeiras horas da