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Sessão de 26 de Ouviòro de 1920

rã, lá para os lados de Santarém desertaram muitos oficiais e ficaram os soldados.

Sr. Presidente: quando para aí se desenvolvem e rastejam mil maneiras disfarçadas de reacção, quando falsos movimentos de piedade procuram erguer mais profundas barreiras de antagonismo na marcha progressiva das fórmulas da nossa actividade, ainda é o povo, ainda é a gente humilde que se levanta numa atitude de divina beleza, a afirmar que Portugal não morreu e que a raça portuguesa é ainda hoje capaz de desenvolver a energia e a actividade que dignificam um País.

Se outras razOes eu não tivera, que as tenho e bastantes, para manter a minha atitude de radicalismo democrático, esta me bastaria, porque efectivamente me encontro perante uma falsa elite, perante uma deturpada razão social.

Eu tive ocasião de ver na América do Norte,—país onde nasce neste momento uma civilização inteiramente nova, baseada numa concorrência das actividades, em que o homem é como que uma força à conquista do dólar—tive ocasião de verificar que a raça portuguesa não figurava nas últimas filas, mas, pelo contrário, via-se nos campos e nas fábricas, numa perfeita demonstração de actividade.

Com efeito, a vitalidade da raça portuguesa não é uma fácil visão de poeta, nem um fácil tropo de retórica.

O acto desse grupo diminuto de povei-ros, que honraram a raça portuguesa, veio ensinar a nós todos o caminho do nacionalismo, que é o da tradição; assim florescem as mais altas e as mais nobres camadas do pensamento, na evolução racional dos tempos hodiernos, tal como sucede às mais belas árvores que, quanto mais profundas são as suas raízes, mais levantam as suas folhas esmeraldinas.

Este gesto épico dos poveiros é representativo dum nacionalismo que se concilia perfeitamente com a doutrina radical democrática que eu aqui defendo, estando em antagonismo absoluto com o conser-Arantismo, que não tem razão de ser nesta hora, em Portugal, e cujas consequências têm sido traduzidas pela decadência em que nos encontramos,,

Esto radicalismo é incompreendido ainda por unia grande parte, não porque seja incompreensível de si, mas porque é iam profunda a ignorância oní Portugal, so-

bretudo a das classes chamadas cultas, que as pessoas que estudam e que trabalham correm o risco de não serem compreendidas.

Kadicalismo não é isso que tanta gente julga: destruir a-troche-e-rnoche e de todas as formas, mas é, ao contrário, o criar formas inteiramente novas e estabelecer os arranjos que hão-de permitir a selecção dos valores da raça e dessas forças negativas que tem levado o nosso País ao estado em que se encontra.

Sr. Presidente: não quero de maneira nenhuma prender por mais tempo a atenção da Câmara e vou rematar significando o nosso agradecimento a esses poveiros, pelo seu estímulo, que o é, para aqueles que andam a batalhar pelo futuro de Portugal, e propondo um voto de louvor à atitude desses portugueses, e também a nomeação de uma deputação desta Câmara que vá esperar esses humildes que regressam a Portugal, mostrando assim que esta Casa do Parlamento sabe que o seu exemplo não foi perdido, e ele. será agradecido por todos os que aqui trabalham.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Já há número piira deliberar.

Vai proceder-se h votação da acta. Foi aprovada,.

O Sr. Presidente:—Se algujn Sr. Deputado tem doc-uinentos para enviar para a mesa, podo fazô-lo.

Estão presentes 37 Srs. Deputados.

Pedidos de licença

Do Sr. Xavier da Silva, 60 dias. Do Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis), 60 dias. Do Sr. Manuel Fragoso, de 25 a 29. Concedido. Comunique-se. Para a comissão de infracções e faltas"

Admissão

Projecto de lei

Do Sr, Viriato da Fonseca, modificando a redacção do § 1.° do artigo 6.° da lei n.° 1:039.