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Diário da Câmara dos Deputados

lavra nesta casa do Parlamento, quer lá fora por meio da imprensa, não terá dúvidas em esclarecer o país sobre a veracidade de tal informação e em tranquilizar o espírito daqueles que desejam ver o regime inteiramente prestigiado.

Aproveito o ensejo de estar no uso da palavra para chamar ainda a atenção de S. Ex.a para uma representação que me foi enviada por uma comissão de Abran-tes protestando contra as manigâncias da Companhia União Fabril relativamente ao abastecimento de azeite. Efectivamente sempre que os administradores de concelho requisitam azeite para os seus concelhos, a referida Companhia sistematicamente se tem negado -a atendê-los sob pretexto de que,está à espera da resposta do seu administrador gerente, etc.

Para este e outros casos de que se ocupa a citada representação eu chamo a atenção de S. Ex.a, tomando até a liberdade de lha enviar para sua melhor elucidação.

E, uma vez, Sr. Presidente, que me ocupei de azeite, permita-me V. Ex.a que eu pregunte ao Sr. Ministro da Agricultura qual o preço que tenciona fixar para a venda desse produto.

Sabe certamente S. Ex.a, como sabe a Câmara, que o comércio de Lisboa já faz constar que, a partir de l de Janeiro, todas as subsistèncias serão elevadas no preço, havendo já quem diga que o azeite chegará a ser vendido a 8$.

Há, é certo, uma comissão encarregada de estudar o assunto mas, segundo me informam, muitos dos seus membros são completamento leigos na matéria. Se assim é urge que o Sr. Ministro da Agricultura dê a essa comissão os elementos indispensáveis para ela produzir trabalho útil'e honesto.

Assim, Sr. Presidente, eu posso afirmar a V. Ex.a que o azeite deve ser tabelado, porquanto, em média, cada litro, em casa do lavrador, apesar da alta dos salários, e depois de -se tirar o juro do terreno, não fica a mais de 45 a 60 centavos. Eu sei de um agricultor que conseguiu, depois de feita a colheita e restantes despesas, arrecadar o azeite a 48 centavos o litro.

Tudo isto levo à consideração do Sr. Mi-nistr05 da Agricultura confiado em que S. Ex'.a pelos seus profundos conhecimen-

tos de agricultura, e ainda no que diz respeito a subsistèncias, há de providenciar no sentido do o espírito público se tranquilizar, pois • que, dia a dia se vai alarmando mais pela alta de preços que se sente pola que já se anuncia para 1921.

E, já que vamos em maré de preguntas, e como está presente o Sr. Ministro do Comércio, eu desejaria que S. Ex.a me disesse se umas 'dívidas aos Transportes Marítimos num quantitativo que sê'eleva a 13:677.472^37(5) já foram liquidadas" com o Estado e ainda aquela que diz peito à firma Rugeroni & Rugeroni, na importância de 8:507 £ e 10 xelins.

Eu, faço esta pregunta porque, tendo visto uma grande parte da imprensa do país apontar diariamente escândalos na administração pública, não vi no emtanto essa grande parte da imprensa levar o seu cuidado, o seu zelo e o seu tismo, a apontar a necessidade de o Ê cobrar por parte desta firma a quan que lhe é devida.

Mas, o débito da casa Rugeroni & Rugeroni tem uma parte muito interessante para a moral do Estado.

Vou relatar a V. Ex.a parte do que sei:

Foi contratado com a casa Torlades, por intermédio dos Srs. Rugeroni & Rugeroni, um fornecimento de carvão, com determinado número de calorias, carvão que era destinado aos Transportes Marítimos, e quando chegou a Lisboa, foi verificado pelos técnicos que não tinha o número de calorias necessárias, isto "é, as que estavam fixadas no contrato. Depreende-se daqui que esta casa se preparou para fazer um fornecimento de carvão, mas com menor número de calorias, e o que é facto é que, tendo sido por mais de uma vez convidada a entrar com o dinheiro devido por esta diferença, diz que não paga, nein tam pouco a multa que o Estado lhe aplicou, pelo não cumprimento do contrato. S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio decerto se apressará a averiguar o que há a tal respeito, bem como o que há com referência a outros débitos, como por exemplo o das Companhias reunidas Gás e Electricidade.

Espero que S. Ex.a, apesar de estar entretido, não deixará de tomar na devida consideração estes meus pedidos, pois que eles são interessantes, e tanto mais inte-