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Diário da Cêrmara dos D*piftad*t

Da Fábrica Suíça-Portuguesa de Materiais Hidráulicos, Limitada, de Vila Franca de Xira, pedindo alterações na proposta de modificação da pauta de importação.

Para a comissão de comércio el ndús-triá.

Telegramas

Da Câmara Municipal de Tomar, pedindo cedência do Convento de Cristo para colégio de missões.

Da Associação Comercial e Industrial de Tomar secundando o pedido acima. Para a Secretaria.

O Sr. Presidente: — Estão presentes 45 Srs. Deputados.

Vai entrar-se nos trabalhos antes c.a ordem do dia.

Antes da ordem do dia

O Sr. Júlio Martins; — Pedi a palavra para, em negócio urgente, tratar de unu,s afirmações que foram feitas na última sessão do Senado por um Sr. Senador, e que me diziam respeito embora o meu nome não fosse pronunciado.

Esse Sr. Senador foi pelo Sr. Ministro das Finanças avisado de que havia de entrar nos cofres da Fazenda com determinada quantia por um arroz que nunca cá chegou. S. Ex.a nas considerações que fez, disse que não tinham carácter oficial mas que podia garantir o seu fundo de verdade.

Essas considerações constam de um re-íato de O Jornal, de sexta-feira, 18 do Fevereiro. Faz-se nele referências a um documento que foi entregue na legação de Espanha, pelo espanhol Casimiro Keys que oferecia ao país certos serviços mediante os quais garantia ao Tesouro a quantia correspondente ao crédito que lhe foi aberto.

São estas as declarações, insinuando o Sr. Senador que eu tinha ficado, em minha casa, com a documento.

Esse documento tinha sido apreciado em Conselho de Ministros.

O Sr. Eduardo de Sousa:—V. Ex.a pode dizer-me a data desse Conselho?

O Orador: — Não me lembro, mas foi dos últimos. Logo podemos ver isso.

O Conselho de Ministros, depois de o apreciar, teve mais em que pensar, tanto mais que não era para isso ^ue tinha sido convocado.

Meti o documento na pasta e levei-o para casa.

Depois o Ministro dos Negócios Estrangeiros preguntou se o podia ir buscar; o seu secretário foi a minha,casa, não me encontrou; no dia seguinte falou comigo e disse-lhe que o podia ir buscar no dia seguinte pelas 12 horas.

Aqui está a coincidência monstruosa!

Sobre o despacho do Ministro das Finanças tenho a declarar quo S. Ex.a procedeu no seu pleno direito, zelando os interesses do Estado.

São estas as declarações que tenho a fazer à Câmara, declarações claras, peremptórias e verdadeiras e nem o Sr. Ministro das Finanças me consultou sobre o despacho, nem sobre ele troquei qualquer conversa com S. Ex.a 3ó tive conhecimento deste despacho pelos jornais.

Como o assunto está afecto à comissão de inquérjto, aguardo que ela traga o seu relatório circunstanciado, visto que há mais de um ano está o caso submetido à sua apreciação.

É interessante que, embDra esse Sr. Senador dissesse que não tinha dados oficiais, tenha um conhecia ento tam íntimo e completo deste assunto.

Segundo me consta, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ainda não foi dada ordem para Madrid para submeter o espanhol Reys ao tribunal. Pelo contrário, ôle continua a ser persona grata da legação de Portugal em Madrid e vende, sem autorização, nem conhecimento do Governo Português, o arroz que estava consignado ao mesmo Governo nos entrepostos de Valência.

Esperemos o relatório da comissão de inquérito e então falarei sobre o assunto, como homem público interessado na administração do meu país, sejam quais forem os melindres pessoais que daí resultem. Como homem público, tenbo o dever de tratar dos negócios da administração pública e este caso ó sintomático do desleixo como correm os negócios da administração pública em Portugal. (Apoiados).