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Diário da Câmara dos Deputados

Pelo facto de se procurar desenvolver os quadros, qner de oficiais quer de sargentos, tendo em vista aumentar os quadros de especialistas, não se conclui que seja necessário aumentar os quaòros permanentes.

O Sr. Pereira Bastos :—

O Orador: — Eu não falo em aumentar quadros, falo em criar especialistas. Não é a quantidade que me preocupa, é a qualidade.

O Sr. Pereira Bastos: — Creio que nesta Câmara tem-se já demonstrado por mais de uma vez a necessidade de se criar mais especialistas ...

O Orador:—Mas daí não se conclui que seja necessário aumentar os quadros permanentes.

O Sr. Pereira Bastos: — Nem toda a gente tem aptidões para essas especialidades de maneira que se se não aumentar o quadro permanente não se poderá fazer uma boa selecção.

O Orador: — Estaria de acordo com V. Ex.a se me demonstrasse que todos os indivíduos que fazem parte do quadro permanente são especialistas; então, como as especialidades têm aumentado, a conclusão lógica a tirar seria essa: aumentar os quadros permanentes.

Finalmente quero referir-me também a um assunto que acho importante.

Que o estado maior forcado pelas circunstâncias tenha de reduzir o período de instrução física e cívica é lastimável.

Devo dizer que a educação cívica reputo-a de tal forma importante que acho que deve ser à outrance mantida como indispensável ao soldado. Keconheci com prazer que a instrução cívica, durante o tempo que a ministrei, era pela prelecção dos oficiais aos soldados muito importante, fazendo-os compreender certas fórmulas e símbolos de que não tinham a mínima noção.

Inspirava-se-lhes o amor da Pátria e da República, a necessidade imperiosa de saberem respeitar a Pátria e a República.

Davam-se-lhés noções sobre a família, culto e respeito pelos cidadãos.

Reconheci que essas noções não haviam esquecido, como os princípios de educação tinham a máxima actualidade.

Estão aqui presentes muitos colegas nossos que tomaram parte na Grande Guerra, e sabem perfeitamente qual a importância da educação física também.

Julgo poder dizer que a educação física quando em França e em Portugal se pró-, curou estabelecer o foot-balt, contribuiu muito para pôr em contato, exércitos que se batiam pela mesma causa.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente: se há assunto que a nenhum português, quer como Deputado, quer mesmo no desempenho doutra função pública, deve deixar de interessar-se é o que respeita à defesa nacional. (Apoiados).

Há uma política militar para cada país ; e eu não compreendo como se sente no Parlamento um Deputado que não tenha teoria, ideas bem definidas, um estudo mais ou menos completo deste magno problema. (Apoiados).

Isto servo apenas para me desculpar da ousadia de intervir na discussão deste assunto (Não apoiados) em que uma palavra mais autorizada julgue defesa a entrada de profanos.

Sr. Presidente: é também de lamentar que nesta altura da actual legislatura se tivesse travado uma discussão sobre este assunto, com a elevação com que nesta sessão se tem feito.

Não se trata, e V. Ex.a o verificou, somente do problema militar sob o aspecto restrito e concreto em que o Sr. Plínio Silva o apresenta no projecto que está em discussão. 'Tanto por partB de S. Ex.a como por parte do Sr. coronel Pereira Bastos, e ainda por parte doutros ilustres oradores que me precederam no uso da palavra, ostabeleceram-se princípios e fizeram-se críticas amplas à actual organização do exército e aos easinamentos que provieram da Grande Guerra.

Ainda, Sr. Presidente, pela primeira vez, numa sessão do actual Parlamento, se encarou o problema milita.r sob o aspecto de redução de despesas, dada a precária situação do Tesouro Público.