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Sessão de 22 de Fevereiro de 1921

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de duma reorganização do exército dentro das actuais possibilidades do Tesouro, conformeruente aos ensinamencos da guerra e determinada pela política militar, mais ou menos constante, como deve ser, que tem de orientar os nossos estadistas. Há, para o estabelecimento da nossa política militar, elementos constantes, como a nossa larga história no-los indica duma forma imperativa, e a esses elementos constantes temos de dedicar sempre, seja qual for a situação do Tesouro, sejam quais forem os ensinamentos da guerra, a nossa mais desvelada atenção. (Apoiados).

Lembro-me, Sr. Presidente, de que fazendo eu -serviço num regimento — fui oficial miliciano e prestei serviço nos quartéis — ao respectivo comandante devo a honra de ter sido o oficial que iniciou a série de conferências por ele marcadas. Eu escolhi este tema: «Política militar».

Ouvi então dum oficial, que não saíra da caserna, mas sim viera da Escola do Exército, este comentário: «Não ha maneira do Granjo deixar de fazer política».

Assim se vê que a ignorância sobre o problema militar não é apenas dos civis, mas é, em grande medida, dos próprios profissionais.

Entendo, Sr. Presidente, que é tempo de estudar a sério uma reorganização do exército, aproveitando-se os elementos que nos dá a reorganização de Maio de 1911, elaborada por uma comissão de distintos oficiais do nosso exército, da qual fez parte o Sr. coronel Pereira Bastos, visto que os ensinamentos da guerra trouxeram a alteração dos antigos processos de ensino militar.

Uma pequena questão se travou entre o Sr.-Plínio Silva e o Sr. Pereira Bastos, e ela me dá sobeja razão para fazer esta afirmativa.

Parecia que os dois Srs. Deputados estavam em desacordo, mas tenho de concluir que nenhum desacordo havia entre S. Éx.as, porque a tal respeito a doutrina só pode ser uma: é indispensável fazer especialistas; portanto, aumentar- o quadro.

Não é apenas uma questão de qualidade, é efectivamente, uma questão de número.

No que diz respeito à engenharia, artilharia a pé, e mesmo à administração militar, criaram-se durante a guerra "processos de combate e de defesa que exigem uma especialização cuidada.

Assim, os vários serviços que criaram durante a guerra de, posição, e que dizem respeito ao emprego de metralhadoras ligeiras, ao emprego dos morteiros de trincheira e aos granadeiros de infantaria, todos esses processos foram adoptados não apenas na guerra de posição, mas também na guerra de movimento.

O Sr. Presidente:—V. Ex.a tem apenas cinco minutos para poder concluir hoje as suas considerações.

O Orador:—Peço a V. Ex.a que me

reserve a palavra.

O Sr. Presidente: — Fica V. Ex.a com a palavra reservada.

A próxima sessão é amanhã à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Requerimentos

Requeiro que, pelo Ministério das Colónias, me sejam enviadas as seguintes obras:

La Guinée Portúgaise;

O último Anuário Colonial, publicado em 1920.

Sala das Sessões, 22 de Fevereiro de 1921.— O Deputado, Francisco de Sousa Dias.

Expeça-se.

Requeiro que, pelo Ministério das Colónias, me sejam fornecidos os seguintes exemplares :

La Guinée Portúgaise;

Anuário Colonial, 1917-1918.— O Deputado, Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis).