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í)iário da Câmara âcs Deputados

Repito : 'lamento profundamente que entre mim e S. Ex.a exista essa divergência de opinião.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Vai ler-se na Mesa, uma nota de interpelação enviada pelo ilustre Deputado o Sr. António Mantas..

Foi lida. É a seguinte:

Nota de interpelação

Desejo interpelar o Sr. Ministro dosi Negócios Estrangeiros sobre o seguinte:

Aplicação a portugueses, pelo Governo do Brasil, da lei da nacionalização d£, pesca;

Atitude do comandante do cruzador S. Paulo, da República do Brasil, quando da vinda a Portugal com o Rei dos Belgas;

Campanhas de descrédito contra Portugal por jornais brasileiros, insultos e agressões a portugueses em terras do Brasil.

22 de Fevereiro de 1921.— A. Mantas.}

Foi mandada eospedir.

O Sr. Pereira fiastos : —- Sr. Presidente : eu pedi a palavra para agradecer ao Sr. João Camoesas as palavras amáveis que me dirigiu e para fazer algumas observações ao -que S. Ex.a expôs.

S. Ex.a falou em divergências de opiniões.

Devo dizer, Sr. Presidente, que tal divergência 11 ao existe.

Sr. Presidente: se o tempo destinado a instrução de recrutas fosse largo, efectivamente a instrução que S. Ex.as desejam seria uma cousa admirável; mas, Sr. Presidente, com dois meses apenas de instrução, V. Ex.a5 estão a ver que isso se torna absolutamente impossível, pois não é apenas com dois meses que se pode dar uma instrução moral e profissional competente, tendo nós de descontar ainda os domingos e os sábados, que são destinados a outros serviços.

Sr. Presidente: o que é um facto é quo o estado maior tinha de cortar alguma cousa, e assim entendeu que devia fazer esse corte, por o julgar de menos importância.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis) í — O que admira bastante é que o estado maior tenha Bssa opinião, isto é, que a instrução mor.il não é importante.

O Orador: —Sr. Presidente-: não resta dávida de que não tenho a felicidade de me fazer compreender.

O estado maior "não considera este assunto de pouca importância; o estado maior tinha de fazer uma redução, e> assina, entendeu reduzir esta, verba por entender que essa instrução se não pode fazer convenientemente em dois meses, pois que em tam pouco tempo não se podem obter resultados com ela.

S. Ex.a com certeza não ignora que a gimnástica para produzir os seus efeitos tem de ser persistente e demorada, e que a instrução cívica está nas mesmas condições, j E não julgue S. Ex.a que a instrução cívica ministrada durante a instrução de recrutas, é uma cousa muito transcendente !...

É certo que o estado maior do Exército não ignora que ambas as cousas são importantes, mas vendo-se na contingência de limitar ao mínimo o tempo de duração das escolas de recrutas, preferiu reduzir o ensino da gimnástica e da educação cívica, a ter de reduzir o outro ensino que é muito mais importante pára os serviços de Exército e da Instrução Militar.

S. Ex.a não desconhece também, médico como é, o inconveniente que há de 4ar oito horas de instrução de recruta. Pois tal não se tem feito, não se tem passado das seis horas. E quando foi da nossa preparação para a guerra, na Escola de Oficiais Milicianos, apesar de estar autorizado a dar oito horas de instrução, eu. nunca fui além das seis horas.

Mas o Sr. Plínio Silva julga que o processo mais simples é acabar com a instrução de recrutas.. .

O Sr. Plínio Silva: — ; Eu não disse isso í

O Orador: — S. Ex.a não disse isso, mas as consequências do sei", projecto de lei na prática traduzem-se nesse facto.