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Sessão de 22 de fevereiro de 1921

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homens que trabalhavam no campo, mediante informação dos Governadores Civis. Eu dispenso-me de contar a V. Ex.a o que sucedeu, limitando-me apenas a dizer que os trabalhadores do campo que foram licenciados não eram todos trabalhadores do campo. Estas disposições são muitas vezes apreciadas pelas pessoas influentes e que vêm na aprovação de propostas como esta uma °maneira de resolver as dificuldades eleitorais.

Sr. Presidente, sob o ponto de vista do interesse nacional, a comissão de guerra considera prejudicial esta proposta.

Sr.. Presidente, já é prejudicial dar-se instrução reduzida a uma classe, mas, mais prejudicial é ainda não se dar nenhuma, visto que, apesar dela ser deficiente, esses homens representam valores militares de 2.a ordem, é certo, mas valores militares. Se se adiar a instrução de recrutas, as consequências serão péssimas porque no acto imediato será difícil conseguir fazer esse chamamento e caminhamos assim para a dissolução do exército, sem que tenhamos coragem de dizer que devemos acabar com ele.

Eu devo dizer que a comissão de guerra não se opõe a que, durante a paz, as forças militares sejam empregadas na defesa do país, -e refiro-me às varias considerações que V. Ex.a'fez, sobre o aproveitamento das tropas de infantaria, durante a paz.

Sr. Presidente, está na Mesa há muito tempo um parecer da comissão de guerra que autoriza o Governo da República a utilizar as tropas do exército, conforme as suas especialidades, em tudo quanto sejam questões de fomento, como repara coes de estradas, caminhos de ferro, etc., desde que isso seja feito com todo o carácter militar que S. Ex.a conhece melhor do que eu, porque esteve na guerra.

S. Ex.a referiu-se também a uma grande comissão encarregada de propor uma reorganização do exército. Devo dizer a S. Ex.a que está equivocado.

Essa comissão não foi criada para tal fim, mas simplesmente para integrar na actual organização várias disposições que estavam dispersas e que tinham sido publicadas durante o estado de guerra.

Essa comissão não trabalhou por várias causas e uma delas, como V. Ex.a sabe melhor do que eu, foi a de ser muito

grande, de se parecer assim com o Parlamento.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. João Camoesas : — Sr. Presidente : em duas palavras vou responder a algumas considerações que pessoalmente me dirigiu o Sr.-Pereira Bastos, ilustre Deputado por quem eu tenho o maior respeito e consideração.

Sr. Presidente: na altura em que S. Ex.a lia uma parte do parecer do estado maior do exército, em que, segundo as circunstâncias do momento, poderia aceitar a eliminação, por exemplo, da educação física, eu disse que isso era fantástico.

Repito-o novamente e sem nenhum propósito de ser hostil a essa organização do país, pois tenho o velho hábito de respeitar sempre o trabalho alheio, mesmo quando com ele não concordo. Mas permiti-me dizer que era fantástico, porque precisamente aquela parte do ensino que é fundamental na preparação de mancebos para a guerra ou para o exercício mesmo das suas profissões é o da educação física.

O adestramento físico do soldado é absolutamente regulado por preceitos de educação física que não podem, de sorte nenhuma, ser desprezados, sob pena de se fazer um desperdício da energia vital do país.

Eu entendo que a guerra demonstrou que as casernas, que as instituições aca-sernadas, como nós as conhecemos, não são absolutamente necessárias, antes pelo contrário, a defesa dos povos.

O Sr. Pereira Bastos:—Apoiado.