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Diário da Câmara dos Deputados

que eu vi o Sr. Ministro da Guerra reduzir as escolas de recrutas. A medida de S. Ex.a tem indiscutivelmente grandes defeitos, mas não foi elaborada, estou convencido, de ânimo leve. Leio. a Camará o que disse o Estado Maior do, Exército.

Sr. Presidente: eu peço a atenção da Câmara, porque se o assunto não interessa à vida dos partidos deve interessar aos Srs. Deputados porque se trata da defesa nacional.

Creio que os sorrisos do Sr. Dr. Ca-moesas não significam um atestado de incompetência passado ao Estado Maior!

Desde que o Estado Maior entendia que se devia fazer reduções é evidente que se principiou por certos serviços que devem ser ministrados em outros ministérios como, por exemplo, a gimnástica que deve ser -ministrada nas escolas infantis.

O Sr. João Gamoesas (interrompendo^): — V. Ex.a dá-me licença...

O Orador: — Oiça-me V. Ex.a até o fim.

Eu não costumo tratar assuntos de que não percebo; mas sei que há uns médicos que são encarregados de ver o desenvolvimento dos rapazes. Pois posso afirmar a V. Ex.a que esse serviço deixa muito a desejar.

Ora, apesar dos meus pequenos conhecimentos, creio que a gimnástica deve ser ministrada pela manhã e V. Ex.as não ignoram que essa instrução é dada nos liceus e nas escolas à, tarde, pela simples razão de que os professores de sciôncias não querem ficar com as tardes presas!

A instrução de gimnástica não deve pertencer ao exército, mas ao Ministério da Instrução.

Em que se baseou o Sr. Ministro da Guerra?

Estava próximo o dia 15 de Janeiro, em que devia convocar o recruta, e neces-sitavá-se fazer as convocações. Mas. como no nosso país tudo quanto diz respeito a serviços do exército leva sempre muito tempo, torna-se necessário fazer as convocações com muita antecedência. O nosso cam-ponez não é refractário à encorporação, mas sucede que, não sendo avisado pelas auctoridade» com 'a antecedência neces sárià,' acontece até que quando chega às

unidades já tem castigos pelis suas faltas.

Não há muito tempo que numa convocação extraordinária se apresentaram os mancebos muito admirados.

O Ministro encontrou-se ne,'$ta situação financeira, situação financeira que o obrigava a tomar certas medidas. O Ministro não podia esperar qualquer resolução da Câmara e por isso tomou a deliberação de adoptar o alvitre proposto p<_3lo p='p' estado='estado' maior.='maior.'>

O Ministro não fez isto levianamente, mas apoiado numa estação competente como é o Estado Maior.

O Sr. Plínio Silva, nas várias considerações que fez, referiu-se a um contra--projecto que, repito, não conheço, mas S. Éx.a não ignora as dificuldades que as autoridades militares teriam para fazerem cumprir a lei, quando se quiises-se voltar à primeira forma. Viria logo o precedente, e é convicção minha que muito:s pedidos e requerimentos haveria para no ano seguinte se fazer o mesmo que no ano anterior.

As considerações que S. Ex.a fez foram muito importantes e muito interessante se mostraram, a meu ver, a necessidade de não se parar.

E preciso reduzir-se as despesas, mas é preciso que isso não redunde em acréscimo.

Eni 1911 estabeleceram-se escolas de repetição para as quais houve sempre uma grande má vontade, dizendo-se que não serviam para nada; mas veio a guerra e foi necessário fazer-se escolas de repetição por atacado.

Esteve-se a poupar para depois se gastar o dobro.

Deixa de se gastar uma certa quantia, para se gastar mais tarde.

Se daqui a 3 ou õ anos fosse necessário chamar a classe de 1921, era preciso repetir ou dar instruções a todos esses mancebos que a não tinham recebido, e dava-se então o caso curioso de, os homens que tinham cumprido o3 seus deveres militares, pagarem por ter'cumprido a lei, emquanto que os meninos bonitos que não tinham recebido instrução de recrutas ficavam livres do serviço militar.