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Diário da Câmara .dos Deputados

A Eepública não persegue a Religião, não pode persegui-la, não pode ser intolerante, e eu digo claramente, por uma forma iniludível, que, apesar da maior parte dos homens, que se sentam nestas cadeiras ser constituída por livres pensadores, eles nSo têm a noção de que, apesar de serem livres pensadores, não podem obrigar ninguém a pensar pela sua cabeça.

A consciência do povo republicano não pode ficar em sobressalto; estou absolutamente convencido de que o povo tem confiança nos homens que têm dado à sua pátria o máximo que podem dar em matéria de defesa da República e que se sentiriam desonrados se amanhã procedes^ sem de forma diferente daquela que tem procedido até agora.

Ainda me quero referir às palavras do Sr. Deputado Aires de Orneias, que foram duma extrema meticulosidade de homem que tem responsabilidades, que deixou o seu nome vinculado em África e que entende que questões internacionais não se podem tratar de ânimo leve.

Há pouco um querido amigo meu, o Sr. Fausto .de Figueiredo, aventou a idea de que se podia realizar uma sessão secreta para tratar desse problema.

j Que mau .serviço faríamos à Pátria com a, realização duma sessão secreta!

Não temos de fazer a política do si-lôncio, temos de fazer a política da hora própria e o homem ilustre que detém a pasta das Colónias, sem ofensa para ninguém, ainda não precisou de receber lições ÁQ civismo; o que ele sabe é que se não podem proferir palavras que, deturpadas inconvenientemente, dêem, não direi qualquer semsaboria, mas, qualquer cousa que não seja própria.

Disse ainda o Sr. Aires de Orneias que há uma questão importante, e que o Estado não pode descurar, e é aquela que se refere à curadoria dos indígenas, e que não podemos deixar extinguir essa preciosa instituição, criada por Mousinho de Albuquerque e que tantos serviços tem prestado.

Estou absolutamente de acordo com S. Ex.a

Referiu-se ainda S. Ex.a ao convénio, acrescentando que ele termina em Março, e eu tenho a declarar que ninguém pode afirmar, e digo-o com satisfação, que não

se reatem brevemente as relações de Portugal com a União Sul Africana, antes da data a que S. Ex.a se referiu, e mesmo antes, estou convencido, que esse importante problema será versado no Parlamento.

O que cumpre é falar claro ao País, e é nesse propósito que estão todos os homens que aqui se sentam e por isso repudiam a idea de uma sessão secreta.

Visou ainda o Sr. Fausto de Figueiredo outros assuntos a que apropria declaração ministerial se refere. Nilo cumpre entrar agora em detalhes, mas o Parlamento nas suas comissões ou em sessões plenárias tratará e aplanará todas as dificuldades. Simplesmente e de passagem devo dizer que a circulação fiduciária não foi aumentada como o Sr. Carvalho da Silva disse.

S. Ex.íl afinal desconhece o c ue o Parlamento votou.

Agradeço a extrema delicadeza com que a Câmara acolheu este Governo e não quero terminar sem prestar os meus 'Cumprimentos ao bloco, e folgo de o fazer até em meu nome pessoal, pois sempre fui partidário de fortes partidos na República.

Renovando os meus cumprimentos, termino as minhas^ considerações.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O .Sr. Presidente: — Não há mais ninguém inscrito.

A próxima sessão é. amanhã, à hora re-gimentaL

A ordem do dia é a eleição de um vogal efectivo e de um- substituto da Junta do Crédito Público, e a que estava dada para hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 50 minutos.

Documentos mandados para a Mesa durante a sessão

Requerimentos

Requeiro que, pelo Ministério do Comércio, me sejam enviados, com toda a urgência, os seguintes documen:os: