O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

26

Diário da Câmara dos Deputados

tos de fornecimento de carvão, celebrados por 6ste Ministério, durante os últimos seis meses.

Requeiro também que, pelo mesmo Ministério, me seja enviada uma nota reíe-rente ao preço por que o Governo adquiriu carvão durante o último semestre.

11 de Dezembro de 1922.—Fausto de Figueiredo,

O Orador: — Sr. Presidente: é preciso acabar de vez com as situações de favor cm que temos vivido até aqui, dando ao público a impressão de que, o Estado é um péssimo administrador. E preciso escorraçar definitivamente dos Ministérios e dos gabinetes dos Ministros essa meia dúzia de Lloyd George que se julgam senhores de tudo e do todos.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente : estava inteiramente fora do nosso propósito uma intervenção neste debate de-depois da palavra clara, lúcida e brilhante do nosso ilustre amigo Sr. José Domin-gues dos Santos, que já disse qual a ati-; tude deste lado da Câmara perante o Governo que a ela acaba de apresentar-se.

No emtanto duas razões me levam a uma incidental intervenção neste debate.

A primeira é. o anúncio feito pelo ilustre Deputado Sr. Álvaro de .Castro de que se havia constituído um bloco parlamentar pela integração dos esforços numa orientação única de dois grupos parlamentares aqui representados, e eu cumpro gostosamente o elementar dever de cortesia por parte do grupo parlamentar do Partido Eepublicano Português de endereçar à nova força política parlamentar as nossas calorosas saudações.

Ao contrário do que se diz, nós outros os republicanos do Partido .Republicano Português só podemos ver com prazer que os republicanos jque se não encontram sob a gloriosa bandeira do nosso partido, em vez de se dividirem, pulverizando e até inutilizando os seus esforços, se conjuguem, só congreguem e consigam porventura organizar uma forte corrente de .o.pinião política aqui dentro e 14 fora.» porque pelo seu republicanismo

estamos convencidos "que saberão servir a República com' dedicação e honestidade.

O outro facto que me levou a esta incidental intervenção foi o ter .chegado aos meus ouvidos, quando o Sr. Álvaro de Castro há pouco se referia a agravos, a cnxovalhos feitos fora desta casa do Parlamento, por republicanos a o atros republicanos, porventura se referiu a uma moção que tive a honra do apresentar e ver secundada no grupo parlamentar do Partido Republicano Português numa das suas reuniões.

Foi preciso, Sr. Presidente, que me viessem dizer que essas palavras só referiam a Gsse documento para eu o acreditar tam despropositado, tam inoportuno, tam injusto se me afigura quanto a este respeito foi dito que de maneira nenhuma podia ligar uma cousa com a outra.

Não é este o local para discutirmos actos passados fora da vida parlamentar, mas porque aqui foram trazidos, eu quero dizer a V. l£x.a, Sr. Presidente, que ainda hoje me não arrependo de ter escrito urna única palavra daquela moção e que ainda hoje me sinto cheio de autoridade e de justiça para a defender aqui e em toda a parte.

Define-se nesse documento uma atitude.

,?0s factos não são os que estão referidos nesse documesto, ein quo se encontra errónea interpretação do que se passou?

Pela mesma ordein de razoes não julgo oportuno o momento de se discutir a interpretação que nós outros demos ao acto eleitoral que levou V. Ex.a à presidência dçsta Câmara. Não fazemos essa discussão mesmo por V. Ex.a, pois desde que está nesse lugar deixou de ser presidente deste ou daquele grupo, mas é, sim, o presidente de nós todos, se beín que palavras de V. Ex.a vindas no Diário de Notícias, criticando a nossa atitude nos permitissem fazê-lo.

Sr. Presidente: os factos são factos e não há na nossa moção qualquer cousa de incorrecto.

Sr. Presidente: creio ter .esclarecido suficientemente V. Ex.a e a Câmara e repelido as palavras que o Sr. Álvaro de Castro teve a infelicidade de pronunciar.