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Êessão dê 11 de Dezembro de 1922

tributário, e sabendo-se que nesta República a remodelação de impostos se cifra unicamente no agravamento das contribuições, daí a razão do desejo que acabo de manifestar.

Pretendo também que o Chefe do Governo me informe das razões que o levaram a não prover definitivamente as pastas da Agricultura e do Trabalho.

Sr. Presidente: eu desejo ainda que o Sr. Presidente do Ministério me diga õ" que há acerca da Exposição do Rio de Janeiro.

Um facto gravíssimo veio à imprensa, e foi a revelação de que, apesar dos créditos constantemente votados nesta Câmara para essa expesição que constituiu um dos maiores escândalos do regime, se chegou à vergonha de empenhar por 1:000 contos o Pavilhão Português.

O Sr. Ministro do'Comércio do GOvér-no transacto fez nesta Câmara graves acusações àqueles que têm responsabili-dades na Exposição do Rio de Janeiro, mas eu não quero antecipar-me às considerações que por certo vai fazer nesta casa do Parlamento o Sr. Malheiro Reimão, que já pediu a palavra para um assunto urgente, logo que chegou a Lisboa e veio aqui.

Desejo, no emtanto, que o Sr. Presidente do Ministério me diga se é ou não verdade que o Pavilhão Português no Rio de Janeiro está empenhado por 1:000 contos.

O Sr. Vasco Borges, Ministro do Comércio transacto, revelou a esta Câmara, com a leitura que fez do relatório do Sr. Lisboa de Lima, quais os motivos a que tinha obedecido a remessa dum funcionalismo de ambos os sexos e bastante numeroso para a Exposição do Rio de Janeiro, tendo-nos dito que a Exposição, por conta do Governo tinha resolvido estabelecer-se com um bufete, em que o Estado seria o fornecedor dos nossos vinhos do Porto, de sanduíches e outras iguarias.

Disse ainda o Sr. Ministro do Comércio transacto que se tinham ido bailarinas e artistas teria sido para arranjar atrati-vos para o bufete, e até já se sabe quê essa ida de tantos funcionários de ambos os sexos para o Rio de Janeiro deu lugar a uma tragédia de amor, que os jornais noticiaram.

E â consequência do-Estado se meter a estabelecer um bufete com variedades.

Sr. Presidente: para terminar as minhas considerações, eu direi á V. Ex.a e à Câmara que depois de tudo istb, depois de se saber qáe o Si*. Presidente do Ministério e que o Crovêrno tinham até originado, sem o quererem, por certo; lima tragédia de amor. continuando no Podei* o mesmo Governo, poderá dizer-se qtlé este Ministério é o Gabinete n.° 3 do Silva.

Será assim que os íntimos do Sr. Presidente do Ministério poderãb classificar O Governo que hoje se apresentou ao Parlamento.

O discurso será publicado na íntegra; revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taqtfigráficaé quê lhe foram ehviadas.

O Sr. João Camoesas : — Sr. tresidèii-te: das considerações que produziu há pouco o Sr. Álvaro de Castro resulta a demonstração dê que S. Ex.d ílão leii á moção que critica. De facto élá hão contém â p'àlavra «conluio» nem outra equivalente. Não admira por isso qúè S. Exja persista numa atitude de injustiça, de teimosa injustiça mesmo.

Se o Sr. ^Ivaro de Castro tivesse lido" ã nossa moção teria verificado que lá afirmamos apenas que as minorias republicanas obtiveram a cooperação da minoria monárquica na eleição presidencial rid Outro dia realizada. Trata-sé dum facto do conhecimento geral. Tivemos até ó cuidado de não dizer se essa cooperação fora voluntária ou involuntariamente obtida. E alguma cousa podíamos ter escrito á este respeito, se quiséssemos. Falamos assim porque um ilustre Deputado da minoria nos declarou que tendo sido convidado a entrar na combinação eleitoral das minorias, se havia negado, observando que estas só poderiam vencer contando com os votos .monárquicos, o que repugnava ao seu espírito republicano e era contraditório com a atitude do povo republicano lá fora.