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Diário da Câmara aos Deputados

talentOj boa vontade em.acertar e muito patriotismo, como tantos outros, não pôde ainda encarar de frente osso problema e dar-lho o remédio de que carece urgentemente.

S. Ex.a não pôde ainda regulamentar convenientemente aquilo que a Camará lhe entregou em medida de impostos criados ultimamente, resultando disso a circunstância de o Estado não vir a receber talvez dois terços do que lhe pertencia arrecadar nos cofres públicos.

Relativamente ao imposto sobre transacções, todos nós sabemos que o regime de avenças que foram permitidas está sendo feito em condições absolutamente perniciosas para o Estado. (Muitos apoiados).

É porque ó isto'? Porque não foi ainda regulamentada a respectiva lei em condições de o Estado não perder o melhor de 50 ou 60 mil contos por ano ? Estou certo de que o Sr. Ministro das Finanças não deixará de ter o assunto em atenção.

Sr. Presidente : não há país com menos recursos financeiros do quo o nosso, mas é certo também quê em nenhum outro país só vê o que se dá no nosso, e vem a. sor que quá.si .diariamente só organizam bancos e banquetas, o que a.todos dá a impressão que o negócio é rendoso.

É necessária uma legislação sobre a matéria.

Não se admite que toda a gente-possa, transformar uma capelista numa casa bancária. Há no País casas bancárias honradas e que desejam contribuir para o bem da situação, mas há também as que não têm outro propósito senão o. de afundar a nacionalidade. (Apoiados}.

Sr. Presidente : eu entendo, na, verda-, de, que o (rovêrno do Sr. António Maria da Silva, pode contar com o voto dos independentes, pelo menos, com o meu voto nos termos de governar bem, atendendo ao quo acabo de expor.

De outra forma não. pois o Sr. Ministro das Finanças sabe ÍDem que de facto existem muitos bancos e casas bancárias com o rótulo estrangeiro e que ao País não prestam serviços alguns, pois se limitam a encher os seus cofres com milhares de escudos, não prestando, repito, ao" País os mais ligeiros serviços.

Sobre este ponto de vista eu já tive ocasião de chamar aqui na Câmara a aten-

ção do anterior Sr. Ministro das Finanças, o Sr. Portugal Durão, pois a verdade é que o que por vezes se- passa na praça de Lisboa é verdadeiramente si-gnilicativó, sabendo-se lá ccusaí que nem serão do conhecimento do Ministro nem do Director Geral.

Sr. Presidente \ no que diz respeito a à pasta dos Negócios Estrangeiros eu vejo lá um dos homens por qaem tenho a máxima consideração, simpatia e até amizade, e que é o Sr. Domingos Pereira..

Dentro da República, é de lacto o Sr. Domingos Pereira uma das liguras de maior prestígio, e assim devo dizer em abono da verdade que não podia o Sr. António Maria da Silva escolher melhor titular para a referida pasta.

S. Ex.a foi de facto muito bem escolhido para gerir a pasta dos Negócios Estrangeiros, pois quo tem para isso uma grande competência.

S. Ex.a.vai por corto envidar todos os seus maiores esforços no sentido de bem servir a Pátria e a República, para o que necessariamente há-do ter as maiores amarguras e os maiores dissabores, visto que é uma das pastas das mais complicadas questões.

.li, que a nossa representação no estrangeiro, a começar por Londres, é de molde a não dar ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, nem ao de leve sequer, a impressão de que podemos e devemos continuar a ser aliados da Inglaterra, como muito bem disse o Sr. A rés de Orneias ; mas aliados não é sermos humilhados, bem que não tenhamos a noção das responsabilidades que pesam sobre nós. nem que não saibamos o que somos e o que valemos. (Apoiados).

Aliados quere dizer que nzemos a guerra, aliados quere dizer que à custa dos nossos recursos temos suportado todas as consequências duras de uma paz, sem que da qual nos tivesse advindo a mais ligoira compensação de ordem material ou social.