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í)iárw âa Câmara aos DepuiáâòSi

Sr. Presidente: de nada servo atribuir a nossa situação cambial a especulações do bolsa que o Governo naturalmente tem maneira de reprimir, nem à exportação, particular do ouro para o estrangeiro nem a manejos da reacção. . Os fenómenos económicos têm causas económicas e políticas que se podem apreciar, estudar e conhecer.

Sr. Presidente: £ o que poderá ser a exportação particular do ouro comparada com a do Estado, referente à compra de trigo e à compra de carvão ?

Fala o programa ministerial, creio que pi-la primeira vez no regime republicano, na portecção à lavoura.

Ora, Sr.' Presidente, só esta protecção tem sido efectiva, enwez da lavoura só conhecer a perseguição à propriedade; se o Governo tom tomado as medidas indispensáveis para que o, País produzisse o pão que precisa para sí próprio, não se daria a drenagem formidável de ouro que se cifra já, com certeza, om centenas de milhares de contos, o que. ó, com certeza também, Sr. Presidente, a causa principal do nosso descalabro cambial.

E, por outro lado, Sr. Presidente, (Jcomo tem resolvido o Governo o aproveitamento da bulha branca V

<_:Que no='no' de='de' a='a' jazigos='jazigos' medidas='medidas' pais='pais' o='o' p='p' proteger='proteger' para='para' exploração='exploração' já='já' conhecidos='conhecidos' tomado='tomado' carboníferos='carboníferos' fomento='fomento' tem='tem'>

Pois aqui está, Sr. Presidente, outra causa de drenagem de ouro, que não pouco também influirá na nossa situação cambial.

E aqui estão, Sr. Presidente, dois pontos concretos a resolver para a melhoria da nossa situação económica, sem que seja preciso ir buscar os manejos dá reacção.

Antes de entrar no segundo tópico das minhas considerações, eu queria dosde já chamar a atenção do Governo e da Câmara para as noticias que tem vindo na imprensa acerca dos projectados empréstimos à Câmara Municipal de Lisboa.

Eu não sei,- Sr. Presidente, ato que ponto Arai a interferência do Poder Legislativo em semelhantes empréstimos, ainda que mal pareça quo uma Câmara Municipal tenha faculdades que o Governo não tem.

; Mas, Sr. Presidente, mal me ficaria se eu não lavrasse desde já muito formal o

meu. protesto, como representante da Nação contra a cláusula, verdadeiramente sem procedentes, que submete os litígios entre a Câmara o o grupo financeiro estrangeiro aos tribunais ingleses e à'Jegis-laçfio inglesa.

Sr. Presidente: como já disne, isto não tem precedentes, e isto não pode nem deve ser.

Vamos à situação internacional. jCom que satisfação, Sr. Presidente, eu leio nesta declaraçõo ministerial republicana que o eixo da nossa política externa assenta na velha aliança inglesa !

Ah! Sr. Presidente, quo fácil me seria a retórica se viesse cotejar esta frase com os tropos inflamados do período da propaganda!

K, Sr. Presiden-te, que triunfo para a velha política secular cia monarquia, tantas vezes combatida, e denegrida — o e-s-tar hoje aceita e proclamado pelos legítimos representantes do rogin:e republicano !

; Como. se muda, Sr. Presidente, da opinião, quando se está sentado naquelas cadeiras, ou sentindo pesar sobre si as terríveis responsabiliclades do Governo!

K porque, Sr. Presidente, só torna impossível para uma Nação com:» a nossa, com o império colonial que possuímos, deixar de sor aliada da primeira potência naval do mundo.

Contra factos desta natureza não há argumentos, e folgo sinceramente de ver o regime rendido perante a evidência dos factos.

Temos, Sr,. Presidente, no nosso dorní-' nio colonial cobiças assestadas contra nós. É certo. Mas elas crescem à medida do nosso desgoverno.

A melhor maneira de as combater foi e será sempre administrar o que temos, conforme devemos. Eu não aceito, Sr. Presidente, por completo, as declarações feitas pelo Sr. Alto Comissário do Moçambique acerca desta, colónia.

Na situação actual do miiEclo, com a complexidade dos problemas económicos, com o inter-câmbio entre os diversos pontos do globo cada vez mais fácil e mais rápido, nenhum país pode afirmar que pode viver só para si e por si.